O monumento será composto por uma estátua de mármore retratando o próprio Galileu, em tamanho natural, que ficará próxima à Casa de Pio IV, no alto da colina que aponta para a cúpula da Basílica de São Pedro.
Trata-se de um projeto impulsionado pela Pontifícia Academia de Ciências, com objetivo de homenagear o físico italiano, um de seus membros mais célebres. Galileu formou parte da Academia dos Lincei, instituto antepassado do atual órgão científico da Santa Sé.
Comentou-se em ambientes internos da Cúria vaticana que essa será "uma nova prova de que a Igreja não tem nada contra a Ciência". Por enquanto, falta dinheiro para levar a cabo a iniciativa.
Na primeira metade do século XVII, Galileu Galilei aperfeiçoou o telescópio a ponto poder visualizar os corpos celestes que compunham o horizonte terrestre. O físico descobriu, sob o céu da Toscana, que a Terra não estava imóvel, mas mantinha um movimento de rotação; que a lua não possuía uma superfície lisa, mas montanhosa, e refletia a luz solar; que as estrelas não eram corpos de cristal, mas corpos de matéria luminosa etc.
Assim, Galileu reafirmava idéias do sistema heliocêntrico de Nicolau Copérnico, descobria novos fenômenos e contradizia dogmas sustentados pelos cientistas e pela Igreja de então. Acusado de ferir a filosofia natural aristotélica e, sobretudo, as Escrituras Sacras, Galileu foi condenado herético e obrigado a negar suas teorias em 22 de junho de 1633.
Negou-as e sobreviveu, diferente do teólogo e filósofo italiano Giordano Bruno (1548-1600), que foi queimado pela Santa Inquisição 33 anos antes, por sustentar idéias parecidas. Desde 1889, a praça Campo de Fiori (Roma) abriga uma estátua em homenagem a Bruno, local onde foi condenado e morto.