Por acaso, a história de restaurantes italianos populares que moram no coração do carioca secruzou. Como resultado, surgiu o Domenico, mais elegante e com menos concessões no cardápio
Rio de Janeiro – Aberto há pouco mais de um ano, o novo restaurante é uma homenagem da família dos proprietários ao parente Domenico Magliano. Ele abriu em 1958 o La Mole – uma homenagem à torre Mole Antonelliana, localizada em Turim,sua cidade natal.
O chef do Domenico é Túlio Colonese, de 30 anos. Ele é neto e filho de italianos. Seu avô Mario Colonese, originário da Calábria, há 50 anos abriu o restaurante Pronto. A família ainda tem outros dois restaurantes na cidade. O Domenico fica exatamente entre o Pronto e o La Mole, na mesma calçada da rua Dias Ferreira, o grande pólo gastronômico do Leblon, na zona sul do Rio. Mera coincidência, diz Colonese, o neto.Desde criança ele frequenta a cozinha dos restaurantes da família, ao contrário do irmão mais novo que nem chegava por lá. Com 18anos, Colonese avisou que queria trabalhar nos restaurantes, mas foi colocado na área administrativa. Ele, porém, queria a cozinha. Para se certificar que era esse mesmo seu caminho, arrumou um estágio emum famoso restaurante da cidade. Provou e gostou. Partiu, então, para a escola. Mais precisamente o curso de Gastronomia e Sommelier do Senac de Águas de São Pedro (SP), onde se formou.A “pós-graduação” o levou para o aeroporto. Colonese passou três anos na Itália, mais precisamente na Toscana, para desvendar os segredos da gastronomia italiana que tanto ama. Lá, trabalhou em vários lugares sendo o mais famoso deles o refinado Castello di Spaltenna, em Gaiole, na região de Chianti. Quando voltou, Domenico estavaa sua espera.
— Minha intenção era reinventar no Rio um pedacinho da Itália, com um menu classicamente italiano. A cozinha italiana no Brasil é adaptada, perdeu um pouco as origens. Na verdade, é uma cozinha da Itália é muito simples, baseada no sabor natural dos seus produtos. O francês, por exemplo, coloca muito molho que disfarça o paladar dos ingredientes. Oque eu busco são os verdadeiros produtos que fazem a diferença na cozinha italiana — explicaColonese.
Alguns desses produtos são a Guanciale, salame típico do centro da Itália, usado após curar três meses no sal e pimenta; a Bottarga, ovas de tainha defumadas, típicas da Sicília; e o Lardo de Colonnata,uma gordura de porco que envolve o lombo de cordeiro, dando untuosidade à carne.
No cardápio, é possível encontrar como sugestão de antipasti Riccioli di calamari, selezione di fagioli e guanciale croccanti (lulas grelhadas, bochechas de porco crocantes e feijões, R$19,00); carpaccio d`anatra in crema di sedano e formaggio (fatias de peito de pato marinado com creme de aipo e queijo de coalho grelhado, R$23,00), além de porções de presunto San Daniele.
Dentre as massas estão o Ravioli di pernice con pesto di basilico e pignoli tostati (ravióli de perdiz com pesto de manjericão e pinoles tostados, R$38,00); Pappardelle al ragu (massa larga com molho de carne bovina e ervas, R$33,00) ou Tagliatelle agli scampi e gamberi con bottarga di muggine (tagliatelle com lagostins e camarões comovas defumadas da Sicília, R$47,00), a preferida do chef.
No Domenico também se saboreia uma autêntica bisteca fiorentina, ossobuco, paleta de javali, costela ou lombo de cordeiro. Em todo o cardápio, a única concessão de Colonese é o arancini. No Domenico, o tradicional bolinho de arroz siciliano é recheado com a brasileiríssima carne seca, além de catupiry.
{mosimage} Tagliatelle agli scampi e gamberi con bottarga di muggine
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