Queda da ponte Morandi em Genova no ano de 2018 deixou 43 mortos na Itália; relatório de 467 páginas apontou série de problemas que acarretou no acidente
O resultado do relatório técnico que investigou a queda da ponte Morandi, na cidade de Gênova, na Itália, em 2018, foi divulgado na segunda-feira (21). Segundo o documento de 467 páginas, a estrutura que colapsou parcialmente deixando 43 mortos tinha uma série de problemas. Entre eles, falta de manutenção adequada e nenhuma vistoria nas falhas relatadas desde o ano de 1993. Mais de quarenta questões foram respondidas na análise técnica divulgada pelos especialistas.
“O processo de corrosão começou ainda nos primeiros anos da ponte e progrediu sem parar até o momento do colapso”, afirma trecho do documento. O documento também isentou de culpa o engenheiro responsável pela obra, Riccardo Morandi, a quem consideraram como “ignorado” pelos administradores da ponte e com recomendações “negligenciadas”. “As recomendações dele eram particularmente importantes e relevantes por causa da extraordinária natureza da obra”, diz outro trecho.
A ponte Morandi caiu por volta das 11h15 no horário de Gênova (7h15 no horário de Brasília) durante uma forte chuva que atingia a região. A construção faz parte da rodovia A10, que liga cidades da área Norte da Itália à região Sul da França. No momento do desabamento, partes da estrutura da ponte caíram sobre casas e galpões da região. Pelo menos 30 carros e cinco caminhões estavam no trecho atingido.
Dois anos após a tragédia, uma nova ponte foi inaugurada no mesmo local. A San Giorgio tem forma de casco de navio e foi erguida após arrecadação de € 220 milhões de empresas privadas. Ela foi finalizada no mês de abril, no meio da pandemia do novo coronavírus, mas foi inaugurada para passagem de carros no começo de agosto. (com dados da JP)