Terminou sem condenados o processo na Itália sobre supostas relações entre o Estado e a máfia, caso que mobilizou o país nos últimos anos por envolver políticos, militares e membros da Cosa Nostra. Em sentença emitida nesta quinta-feira (27), a Suprema Corte italiana absolveu quatro réus: o ex-senador Marcello Dell’Utri, amigo do ex-premiê Silvio Berlusconi, e os ex-investigadores da Arma dos Carabineiros Mario Mori, Antonio Subranni e Giuseppe De Donno.
“Estou parcialmente satisfeito, considerando que estive sob processo por 20 anos. Conheço meu trabalho, sei que não fiz nada de errado”, disse Mori.
Além disso, o tribunal declarou prescritas as acusações contra o ex-líder mafioso Leoluca Bagarella e o médico Antonino Cinà, tido como próximo ao “poderoso chefão” da Cosa Nostra, Salvatore “Totò” Riina (1930-2017).
Os dois haviam sido condenados em segunda instância a 27 e 12 anos de prisão, respectivamente.
O processo investigou as supostas negociações entre o poder público e a Cosa Nostra para interromper a temporada de atentados terroristas nas principais cidades da Itália na primeira metade da década de 1990.
Entre os ataques mais infames cometidos naquele período estão os que vitimaram os juízes antimáfia Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, ambos na Sicília, em 1992.
A tese da acusação, refutada pela Justiça, era que políticos e policiais teriam oferecido relaxamento no regime prisional de mafiosos em troca do fim dos atentados. (com dados da Ansa)