Início » Primeiro-ministro da Itália diz que seu governo não trabalha com ‘ultimatos’

Primeiro-ministro da Itália diz que seu governo não trabalha com ‘ultimatos’

12 de julho de 2022 - Por Comunità Italiana
Primeiro-ministro da Itália diz que seu governo não trabalha com ‘ultimatos’

O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, afirmou nesta terça-feira (12) que seu governo não trabalha com “ultimatos”, em recado direto para o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), que desde junho ameaça desembarcar da base aliada. A declaração foi dada durante uma coletiva de imprensa no dia seguinte ao boicote do M5S à votação na Câmara dos Deputados de um pacote de ajuda contra a inflação, postura que levantou dúvidas sobre a manutenção da atual aliança.

“Um governo não trabalha com ultimatos, ou então perde a razão de existir. Se há a sensação de que estar nesse governo é um sofrimento extraordinário, então é preciso ser claro. Digo isso também para todos os outros que ameaçam coisas terríveis para setembro”, afirmou Draghi.

O premiê também disse não acreditar na possibilidade de um governo sem o M5S nem na hipótese de ele encabeçar uma aliança diferente.

Draghi lidera um governo de união nacional que vai da esquerda à extrema direita e tem como objetivo guiar a Itália até as eleições legislativas do primeiro semestre do ano que vem.

No entanto, após o boicote do M5S à votação da última segunda-feira (11), o ex-premiê Silvio Berlusconi, presidente do partido conservador Força Itália (FI), já pediu para o atual primeiro-ministro fazer uma “verificação” em sua base de apoio parlamentar.

O M5S já havia ameaçado abandonar o governo no fim de junho, mas uma reunião entre Draghi e o presidente do partido, o ex-premiê Giuseppe Conte, aparentemente tinha colocado panos quentes na crise.

Na ocasião, Conte disse que estava disposto a seguir apoiando o Executivo, desde que houvesse um “claro sinal de descontinuidade”, e apresentou uma série de demandas, como o aumento dos auxílios financeiros para famílias e empresas, a redução da carga tributária e a aprovação do salário mínimo.

Na coletiva desta terça, Draghi fez acenos às propostas do M5S. “Já foi aprovada uma diretiva europeia sobre salário mínimo, e o governo pretende se mover nessa direção”, declarou o primeiro-ministro, acrescentando que há “muitos pontos de convergência” entre a agenda do governo e as demandas do movimento antissistema.

O M5S ainda questiona algumas medidas tomadas pelo Executivo, como o envio de armas à Ucrânia, mas ao mesmo tempo precisa lidar com cisões internas.

A última delas ocorreu em 21 de junho, quando o ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, figura histórica do movimento, anunciou sua saída do partido por discordar da linha de Conte sobre a ajuda militar a Kiev.

O chanceler levou com ele mais de 50 deputados e 10 senadores, reduzindo o poder de barganha do M5S, que chegou a ser o partido mais popular da Itália em 2018, mas hoje amarga o quarto lugar nas pesquisas, com cerca de 10% das intenção de voto. (com dados da Ansa)

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.

Leia também outras matérias da nossa revista.



Comentários

ENQUETE

Após 25 anos de negociações, Mercosul e União Europeia assinaram o acordo de livre comércio. Você acha que o cenário em um futuro é favorável?
×

NOSSO E-BOOK GRÁTIS

SIGA NAS REDES

HORA E CLIMA EM ROMA

  • SunCloud
  • 04h55
fique por dentro

Não perca
nenhuma
notícia.

Cadastra-se na nossa ferramenta e receba diretamente no seu WhatsApp as últimas notícias da comunidade.