A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, participou nesta sexta-feira (17), do congresso nacional da Confederação Geral dos Trabalhadores da Itália (CGIL), em Rimini, e defendeu o confronto como um exercício de democracia e sustentou que não se preocuparia com as vaias recebidas de alguns participantes. “Sou vaiada desde os 16 anos”, disse Meloni, acrescentando que “não quis renunciar a esta nomeação em sinal de respeito ao sindicato”.
Durante seu discurso, diversos participantes gritaram e saíram da sala do evento com os punhos cerrados e cantando “Bella Ciao”, música do Resistência italiana durante o fascismo.
“Este congresso é um exercício de democracia e participação que não pode deixar indiferente quem tem responsabilidades de decisão e que, como eu, sabe o dinamismo que estes eventos trazem. Não evito um contexto sabendo que é difícil. Isso não me assusta”, afirmou.
De acordo com Meloni, a razão pela qual decidiu estar no congresso “é mais profunda” porque “hoje celebramos o nascimento da nossa nação”. A líder italiana referiu-se ao aniversário de 162 anos da Unificação da Itália, celebrado nesta sexta.
“Com esta presença, com este confronto, este debate, podemos celebrar autenticamente a unidade nacional”, enfatizou ela, lembrando que “a oposição é positiva, tem um papel educativo, a unidade é outra coisa, é um interesse superior, um destino comum que dá significado para o confronto”.
Para a premiê italiana, “existem boas razões para debater com a força das ideias que cada um legitimamente reivindica”.
Defendendo as políticas de seu governo, Meloni sustentou que “para fazer crescer a ocupação é preciso reanimar a economia, liberar as melhores energias da Itália”, ou seja, “é a base da reforma tributária que o governo aprovou ontem com uma lei, apressadamente rejeitada por alguns”.
“Viemos de um mundo em que a pobreza poderia ser abolida por decreto. Se fosse assim, o Estado teria que criar riqueza, não é assim. A riqueza é criada pelas empresas com seus trabalhadores. O Estado deve criar regras justas e redistribuir. Colocar empresas e trabalhadores em condições de criar riqueza que afete a todos”, explicou.
Sobre a reforma fiscal, Meloni garantiu que seu governo está trabalhando para “entregar aos italianos uma reforma global que reforme a eficiência da estrutura tributária, reduza a carga fiscal e combata a evasão fiscal, que simplifique as obrigações e crie uma relação de confiança entre o Estado e o contribuinte”.
“Queremos usar a alavanca fiscal como ferramenta de crescimento econômico, uma reforma que dê muita atenção ao trabalho, com intervenções nos rendimentos médios-baixos e novidades para os empregados”, concluiu ela. (com dados da Ansa)