A uma semana das eleições gerais na Itália, continua a polêmica sobre as cédulas eleitorais iniciada pela centro-direita, que as considera confusas. O líder da Liga Norte, Umberto Bossi, chegou a ameaçar "tomar os fuzis" se for impedido de votar com clareza.
"Se for necessário, para deter os romanos (ou seja, o governo), que imprimiram essas cédulas eleitorais que são uma autêntica porcaria e não permitem que se vote com simplicidade e clareza, poderemos tomar os fuzis", disse Bossi ontem, diante de cerca de 300 pessoas, durante um comício em Verbania, norte do país.
Bossi afirmou que "os vênetos, os piemonteses, os lombardos não permitirão este embrulho" e acusou o ministro do Interior de ter impresso cédulas que criam confusão.
Segundo ele, os símbolos dos partidos que se apresentam aliados (como o Povo da Liberdade e a Liga Norte, ou o Partido Democrático e a Itália dos Valores) aparecem juntos nas cédulas, e o voto será considerado nulo caso o eleitor ponha uma cruz em ambos os símbolos.
Para que o voto seja válido, a cruz deve ser feita sobre apenas um dos símbolos. Há risco de que seja anulado o voto em que a cruz tocar o símbolo contíguo.
Ontem, Silvio Berlusconi, candidato a premier pelo Povo da Liberdade (PDL, centro-direita), assegurou que a esquerda também estava preocupada com a falta de clareza das cédulas.
"Esta questão das cédulas eleitorais, não fui eu quem coloquei, não é uma iniciativa minha", disse o líder do PDL.
"Foram eles", disse, sobre a centro-esquerda, "que procuraram preocupados nossos representantes e então nós observamos as cédulas".
Berlusconi, favorito para as eleições de 13 e 14 de abril, denunciou que as cédulas não oferecem qualquer garantia de que seja respeitada a vontade dos eleitores.
O ministro do Interior, Giuliano Amato, explicou no sábado que as cédulas foram impressas seguindo o decreto que o próprio Berlusconi assinou quando era premier.
Segundo Berlusconi, há tempo para mudar as cédulas. Amato, por sua vez, assegurou hoje em uma carta aberta publicada pelo jornal La Repubblica que é muito tarde para isso, já que os militares e estudantes italianos que estão no exterior já votaram.
Fonte: Ansa
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