O ministro do Desenvolvimento Econômico da Itália, Stefano Patuanelli, afirmou nesta quinta-feira (23), em audiência na Câmara dos Deputados, que a nova Alitalia será, “inicialmente”, totalmente controlada pelo Estado.
A companhia já se encontra sob intervenção do governo há quase três anos devido a uma crise de liquidez, mas seu processo de venda fracassou no fim do ano passado.
Em março, em meio à disseminação do novo coronavírus, que derrubou as receitas do setor de aviação civil, o governo editou um decreto que abre caminho para a reestatização da Alitalia, por meio da constituição de uma “nova sociedade inteiramente controlada pelo Ministério da Economia e das Finanças”.
“A nova Alitalia, inicialmente, será pública, mas, depois, acredito que possa ser analisada em um momento sucessivo a eventual manutenção total da companhia sob o poder público”, disse Patuanelli, que pertence ao partido populista Movimento 5 Estrelas (M5S).
Segundo o ministro, a nova Alitalia deve entrar em funcionamento nas “primeiras semanas de junho”, com uma frota superior a 90 aviões – hoje são 113, dos quais apenas nove são de propriedade da companhia aérea.
Patuanelli ainda prometeu garantir os empregos o “máximo” possível, mas disse ser “muito difícil falar em zero demissões”.
Ex-companhia de bandeira, a Alitalia pertence hoje à holding Compagnia Aerea Italiana (CAI), com 51% das ações, e ao grupo árabe Etihad Airways, com 49%, mas sua administração está a cargo do governo há quase três anos por causa de uma crise de liquidez que a deixou à beira da falência.
A Alitalia, que se mantém viva graças a empréstimos públicos que totalizam 1,3 bilhão de euros, emprega mais de 11 mil pessoas e é considerada estratégica pelo governo, que tem utilizado seus aviões para repatriar cidadãos bloqueados no exterior pela pandemia de coronavírus. (com dados da Ansa)