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Mural em homenagem a Egonu é vandalizado

14 de agosto de 2024 - Por Comunità Italiana

O mural, que fica em frente ao Comitê Olímpico Italiano, faz parte da luta contra o preconceito

Depois da seleção feminina de vôlei da Itália conquistar o ouro nas Olimpíadas de Paris, no último domingo (11/08), o mural foi inaugurado em Roma, em homenagem a Paola Egonu, eleita MVP das Olimpíadas 2024. O mural mostra a atleta lançando uma bola, na qual se lia a mensagem “pare com o racismo, ódio, xenofobia e ignorância”. No entanto, apenas um dia depois, o mural acabou vandalizado. Foi utilizada tinta branca para esconder as mensagens, e a cor da pele de Egonu foi alterada.

Mural em homenagem a Egonu é vandalizado

Não é a primeira vez que Egonu enfrenta ofensas racistas. Paula Egonu nasceu em Cittadella, próximo à Veneza, e é filha de pais nigerianos. Em 2014, aos 16 anos, quando jogava pelo Treviso, viu a torcida rival imitar o som de macacos a cada vez que tocava na bola.

Em 2018, já consagrada como uma das melhores jogadoras, Egonu se tornou alvo de homofobia depois que beijou a polonesa Katarzyna Skorupa, sua namorada na época. Mais uma vez, lutou contra as ofensas e cobrou respeito.

Este ano, foi eleita melhor jogadora das Olimpíadas, ela foi a principal sacadora da competição, com sete aces, e ficou empatada com a brasileira Gabi na segunda posição do ranking de pontuadoras, com 110 pontos.

O mural em homenagem a Egonu foi feito pela artista de rua Laika, bem em frente à sede do Comitê Olímpico da Itália, em Roma. A obra recebeu o nome de “Italianità” (“Italianidade”, em tradução livre).

Laika, artista que esconde sua verdadeira identidade, declarou em sua conta do Instagram que “no nosso país, já não há espaço para a xenofobia, o racismo, o ódio e a intolerância. O racismo é uma praga social que deve ser derrotada. Fazer isso por meio do esporte é muito importante. Acredito num futuro de inclusão, acolhimento e respeito pelos direitos humanos. Ser representad* por atletas como Paola Egonu, Myriam Sylla (de origem marfinense), Ekaterina Antropova (nascida na Islândia, de origem russa) é uma honra. Vê-las com a medalha mais preciosa dos Jogos Olímpicos pendurada no pescoço enquanto cantam emocionadas o hino italiano é uma alegria imensa. Dedico este mural a todos os italianos não reconhecidos como tal pelo nosso Estado”.

O vice-primeiro ministro e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, expressou “solidariedade e o mais total desdém por este grave gesto de racismo vulgar” e enfatizou que Egonu “é nosso orgulho”. Elisabetta Lancellotta, parlamentar do partido Irmãos da Itália e conselheira nacional do Coni, disse que “tinha dificuldade em acreditar que em 2024, na Itália, alguém possa se incomodar com o mural de uma campeã que acaba de liderar nossa seleção nacional para ganhar, pela primeira vez, um ouro olímpico”. O prefeito de Roma Antonio Gualtieri também criticou o ato como “vergonha e um insulto a uma grande italiana”, enquanto que o ministro dos Esportes da Itália, Andrea Abodi, reforçou que “o respeito e a educação são cultivados diariamente para vencer a ignorância, a incivilidade e a insensibilidade”.

O capitão da seleção masculina de vôlei italiana, Simone Giannelli, também se manifestou em suas redes sociais contra o vandalismo. Ele compartilhou em seus stories uma publicação da Gazzetta dello Sport e escreveu: “As pessoas que fizeram isso não merecem ser chamadas assim. São sem coração, sem dignidade e sem humanidade. Paola, não se preocupe com eles, quem for responsável cuidará disso (espero que sim). Você é uma grande campeã olímpica”

O capitão da seleção masculina de vôlei italiana, Simone Giannelli, também se manifestou em suas redes sociais contra o vandalismo. Ele compartilhou em seus stories uma publicação da Gazzetta dello Sport e escreveu: “As pessoas que fizeram isso não merecem ser chamadas assim. São sem coração, sem dignidade e sem humanidade. Paola, não se preocupe com eles, quem for responsável cuidará disso (espero que sim). Você é uma grande campeã olímpica”

(informações do G1 ANSA, contas oficiais no Instagram de Laika, dos atletas e da Gazzetta dello Sport)

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A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.

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