Liliana Segre tem sido alvo de ameaças e ataques de ódio
Milhares de pessoas apoiadas por pelo menos 600 prefeitos italianos se reuniram na noite de terça-feira (11) nas ruas de Milão, na Itália, para uma marcha a favor da senadora vitalícia Liliana Segre, sobrevivente do campo de extermínio de Auschwitz e vítima de ataques de ódio e ameaças de morte.
Ao som da música “Bella Ciao”, música símbolo da resistência italiana contra o nazifascismo, a procissão atravessou a famosa Galleria Vittorio Emanuele II e seguiu até a Piazza Scala.
O ato foi organizado pela cidade de Milão com o auxílio da Associação Nacional dos Municípios Italianos (ANCI), da União das Províncias Italianas (UPI) e das Autonomias Locais Italianas (ALI) e contou com a presença de mais de 600 prefeitos e seus representantes, incluindo Beppe Sala (prefeito de Milão), Federico Pizzarotti (prefeito de Parma), Leoluca Orlando (prefeito de Palermo), Paolo Truzzu (prefeito de Cagliari), entre outros.
“Há muita música nesta praça, o templo da música está ao ar livre hoje. Estamos aqui para falar sobre amor e não ódio.Deixamos o ódio pelo teclado anônimo”, afirmou Segre, no final da marcha.
Recentemente, o Ministério do Interior da Itália designou uma escolta para proteger a senadora, de 89 anos, por causa das ameaças digitais que tem recebido.
“O ódio não tem futuro. Hoje à noite não há indiferença, mas há uma atmosfera festiva, apagamos todas as palavras ódio e indiferença e nos abraçamos em uma cadeia humana que encontra empatia e amor nas profundezas do nosso ser”, acrescentou a política italiana.
Nascida em Milão, em 10 de setembro de 1930, de uma família laica judia, Segre tinha apenas 13 anos quando foi deportada para Auschwitz-Birkenau, na Polônia.
Ao chegar ao campo de extermínio, Segre foi separada do pai, com quem não voltaria mais a se reunir. Com o número 75.190 tatuado no braço, a jovem fez trabalhos forçados em uma fábrica de munições e, em janeiro de 1945, participou da chamada “marcha da morte”, a transferência de prisioneiros da Polônia para a Alemanha.
Segre foi libertada em maio daquele mesmo ano pelo Exército soviético e passou a viver com os avós maternos, os únicos sobreviventes da família. (Ansa)