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Mattarella emociona com discurso de Ano Novo

02 de janeiro de 2025 - Por Comunità Italiana
Mattarella emociona com discurso de Ano Novo

O tradicional discurso de final de ano, o presidente da Itália, Sergio Mattarella, foi dedicado às mulheres, aos trabalhadores, aos presos. Abordou as desigualdades e a violência e ainda frisou a enorme necessidade de paz no mundo, diante dos conflitos mundiais que não se encerraram em 2024.

“Na noite de Natal, espalhou-se a notícia de que uma menina de poucos dias morreu congelada em Gaza. Na mesma noite, ferozes bombardeios russos atingiram as centrais elétricas de cidades da Ucrânia para forçar a população civil à escuridão e à geada. Pessoas inocentes foram raptadas pelo Hamas, e ainda reféns, vivem pela segunda vez um início de ano em condições desumanas”, citou Mattarella. Para o presidente italiano, a paz “não significa submeter-se à prepotência de quem ataca outros países com armas”, mas é “a paz do respeito pelos direitos humanos, a paz do direito de cada povo à liberdade e à dignidade”.

Mattarella também citou o caso da jornalista italiana Cecilia Sala, presa no Irã desde 19 de dezembro sob as acusações de “violar as leis islâmicas”, segundo justificativa de Teerã mais de uma semana após a detenção da jornalista, que estava no país a trabalho. “Tantos jornalistas arriscam a vida para reportar o que acontece em guerras na Europa Oriental, no Oriente Médio e em outros lugares. Muitas vezes, pagam caro por um serviço que serve à comunidade”, afirmou, acrescentando que “espera Sala na Itália o mais rápido possível”.

O presidente também comentou sobre os fenômenos climáticos que atingiram a Itália e tantos outros países em 2024. No ano que se encerra, a Itália foi afetada por grandes enchentes. Para Mattarella, saber que o mundo investe mais em armamentos militares do que em medidas contra as mudanças climáticas é “uma proporção desconfortante”. Ele lembrou que as enchentes na Itália “não são mais fatos isolados, e por isso devem ser prevenidas com cautela, eliminando as condições que causam desastres”.

Outro ponto abordado no discurso presidencial foram os jovens e a violência em torno deles das mais variadas formas, como “bullying, brigas, uso de armas e drogas”. “Precisamos ouvir seus desejos e dar respostas as suas exigências, as suas aspirações”, pediu o chefe de Estado. De acordo com o presidente, o “respeito é o primeiro passo para uma sociedade mais acolhedora, mais segura e mais humana”. “Encontrei valores e comportamentos positivos e encorajadores nos rostos, nos gestos, nos testemunhos de muitos dos nossos concidadãos, capazes de transformarem sua dor, causada por um acontecimento de vida, em uma missão para os outros. Li-as nas palavras de Sammy Basso que nos ensinam a viver uma vida plena, além de todas as dificuldades. No barulho das meninas e dos meninos que não pretendem permanecer calados diante do escândalo de feminicídio que temos. Estivemos dramaticamente envolvidos no horror do destino inaceitável de Giulia Cecchettin e, como ela, de muitas outras mulheres mortas pela barbárie de homens que não respeitam a liberdade e a dignidade femininas e, na realidade, nem sequer respeitam a si próprios. Não queremos mais falar sobre as mulheres como vítimas. Queremos e devemos falar da sua energia, do seu trabalho, do seu ser protagonista”.

Por fim, o presidente também citou o significado de patriotismo, que segundo ele, é “aquele dos médicos que trabalham no pronto-socorro em condições difíceis e de risco; é o de nossos professores, que se dedicam com paixão à formação dos jovens, a quem trabalha com responsabilidade social, com profissionalismo e consciência, a quem se dedica ao voluntariado”.

(Dados da Ansa e da Rai)

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A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.

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