Mario Draghi renuncia ao cargo de primeiro-ministro da Itália

Líder da Itália já havia anunciado que deixaria o cargo, depois de coalizão que sustentava sua base se romper. Presidente, que é chefe de Estado, convocará novas eleições, que devem ocorrer em outubro
O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, apresentou renúncia ao cargo nesta quinta-feira (21), depois que seu governo de coalizão de unidade nacional entrou em colapso. É a segunda vez que Draghi apresentou renúncia ao cargo.
Draghi “reiterou sua renúncia e a do Executivo que chefia”, disse a presidência em um breve comunicado, especificando que “foi informada” da decisão e que ele permanecerá no cargo por enquanto para “dirigir os assuntos atuais”.
Agora, caberá ao presidente do país, que é o chefe de Estado, abrir um processo para a escolha de um novo premiê para o país — seguindo as normas de democracias parlamentares, caso da Itália. Para isso, o país deve realizar eleições antecipadas para a primeira ou segunda semana de outubro.
Muito aplaudido nesta quinta-feira (21) na Câmara dos Deputados, Draghi solicitou de imediato a suspensão da sessão para se deslocar ao palácio presidencial do Quirinal, onde chegou pouco depois das 09h15 locais (04h15 em Brasília) para comunicar a sua “decisão” ao presidente Sergio Mattarella.
Uma conclusão esperada depois que o Forza Italia, o partido de direita de Silvio Berlusconi, a Liga, o partido de extrema-direita de Matteo Salvini e o partido antissistema Movimento 5 Estrelas (M5E) se recusaram a participar de um voto de confiança solicitado na quarta-feira (20) pelo primeiro-ministro no Senado.
Draghi ainda continuará no cargo até a nomeação de um sucessor, mas apenas para cuidar de assuntos correntes. Durante a tarde, Mattarella deve receber os presidentes da Câmara dos Deputados, Roberto Fico, e do Senado, Elisabetta Casellati, para informar seus próximos passos.
A expectativa dos partidos é de que o chefe de Estado dissolva o Parlamento e convoque eleições antecipadas ainda neste ano – o fim natural da atual legislatura seria em março de 2023. (com dados de agências internacionais)