O Movimento 5 Estrelas (M5S) apresentou no último domingo (14) seu programa de governo para as eleições de 25 de setembro e o documento tem como base medidas econômicas, como o salário mínimo, e a reforma na lei de cidadania. “Desde quando entramos no Parlamento, a nossa ação sempre seguiu uma única estrada: a tutela dos interesses dos cidadãos. Com o programa que apresentamos para as eleições do próximo dia 25 de setembro, pretendemos seguir nessa estrar e levar até o fim o trabalho que já começamos a fazer”, diz um post do partido nas redes sociais.
Citando aliados e ex-aliados políticos, a postagem ainda afirma que contra “as falsas alianças, os matrimônios por conveniência e os jogos de cena, preferimos a seriedade e, por isso, estamos do outro lado, o certo”.
Entre as principais propostas do partido de Giuseppe Conte, está a introdução de um salário mínimo nacional de, no mínimo, 9 euros por hora trabalhada e uma atualização no registro dos contratos de tempo indeterminado. Também há a proposta da redução da jornada de trabalho com paridade de salário e o reforço do programa de renda de cidadania.
Na parte da transição ecológica e do ambiente, os populistas propõem um “novo superbônus de energia” para as empresas e a continuação de mecanismos adotados nos últimos meses para incentivar o crescimento das companhias por meio de incentivos fiscais.
Também são citados direitos civis, como a ampliação de regras sobre o matrimônio igualitário, a lei contra a homofobia e a transfobia e a aprovação do chamado jus scholae, um projeto de cidadania italiana para todos os que chegaram à Itália antes dos 12 anos ou nasceram de pais estrangeiros e que completaram ciclos de estudos no país.
Mas, o que mais chamou a atenção, foi a “desconfiança construtiva”, que diz que deverá ser aprovada uma lei para “que um governo não perca a confiança se, contextualmente, não se vota a confiança em um projeto de lei do Executivo”.
A menção atinge diretamente o que o partido fez e que culminou com a queda do governo de Mario Draghi. No Senado, o M5S não deu seu voto de confiança ao governo durante a aprovação de um projeto de lei de ajudas financeiras para empresas e família.
A decisão da sigla populista fez com que Draghi apresentasse seu primeiro pedido de renúncia ao presidente Sergio Mattarella. O mandatário, então, determinou que o premiê fizesse uma consulta ao Senado para verificar se havia condições de ter uma maioria.
No entanto, o M5S, a sigla de extrema-direita Liga e o conservador Força Itália se abstiveram da votação, derrubando de vez Draghi e provocando a convocação de novas eleições gerais.
Sigla vencedora do pleito de 2018, com cerca de 30% dos votos, o M5S viu seu apoio popular derreter deste então. Atualmente, o partido disputa com o FI, de Silvio Berlusconi, a quarta posição nas pesquisas de intenção de votos.
Conforme os levantamentos mais recentes, publicados entre 8 e 12 de agosto, a legenda de extrema-direita Irmãos da Itália (FdI) e o de centro-esquerda Partido Democrático aparecem em empate técnico. Enquanto os liderados por Giorgia Meloni tem entre 23,8% e 24,2% das intenções, a sigla de Enrico Letta tem entre 22,3% e 24%.
A Liga, de Matteo Salvini, aparece na terceira posição com percentuais entre 12,5% e 14%. M5S e FI estão em empate técnico – os populistas têm entre 9,8% e 10,6% e o partido de Berlusconi tem entre 8% e 11,4%. (com dados da Ansa)