A equipe do Itamaraty entrou em contato com a reportagem de Comunità informando que não se manifesta sobre o apoio do Brasil à candidatura de Roma para sediar a Expo 2030, expressado pelo presidente Lula em junho deste ano, quando esteve na Itália. Referente a um dos principais requisitos para votação – pagamento de uma quota de cerca de 300 mil dólares –, foi informado que, antes, é preciso regularizar pendências preexistentes com o Bureau Internacional de Exposições (BIE) para poder votar. Caso tais questões sejam resolvidas até 28 de novembro, data de votação dos Estados-membros, o Brasil poderá participar do pleito. Por aqui, a comunidade ítalo-brasileira segue confiando que o compromisso previamente assumido pelo presidente Lula seja cumprido.
Voto do Brasil para a candidatura à Expo é aguardado por italianos
No último mês de junho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve em Roma. Vistou o papa Francisco e logo em seguida a premier italiana Giorgia Meloni. Afirmou aos jornalistas que cobriam sua vista à Itália estar “impressionado” com a primeira-ministra e disse ser Giorgia Meloni “inteligente” e ter a “cabeça no lugar”. Mais além, Lula assegurou à premier o apoio do Brasil à candidatura de Roma para sediar a Exposição Universal de 2030. “Apoiaremos a Itália”, enfatizou Lula, inclusive ao prefeito de Roma, Roberto Gualtieri, que o visitou em Curitiba, quando Lula esteve preso entre 2018 e 2019, no âmbito da Operação Lava Jato. Na época da visita, em julho de 2018, Gualtieri exercia mandato de eurodeputado pelo Partido Democrático Italiano.
O governo italiano vem promovendo uma campanha internacional para divulgar a candidatura de Roma, que disputa o direito de sediar a Expo 2030 com Busan, na Coreia do Sul, e Riad, na Arábia Saudita. A decisão será anunciada no dia 28 de novembro em uma votação dos Estados-membros do Bureau Internacional de Exposições (BIE).
O tempo é curto e o Brasil, apesar das palavras de Lula às autoridades italianas com as quais esteve em Roma, ainda não depositou a quota de adesão ao BIE, a quota de cerca de 300 mil dólares que permitiria ao país expressar seu próprio voto, conforme a indicação do seu presidente.
Italianos e oriundos se manifestaram em todos os níveis e em todos os países, sobretudo no Brasil, onde hoje reside a maior comunidade italiana fora da Itália.
Seria um desapontamento para a comunidade italiana caso o Brasil não vote no dia 28, ou seja, um país do G20 como o Brasil não pode se prestar a essa situação de desnecessário desconforto diplomático com um país com o qual mantém um laço histórico em todos os campos sociais, culturais e econômicos. Seria também uma falta com o prefeito de Roma e primeira ministra Georgia Meloni, que pediu ao presidente Lula o apoio do Brasil no dia 28.
Segundo fontes do governo italiano, somente Brasil e Camarões ainda não pagaram a cota para a votação que se dará no próximo dia 28.