Itália será o primeiro país a tornar obrigatório ensino sobre mudanças climáticas

Plano de estudos será baseado nos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU
No próximo ano letivo, as mudanças climáticas se tornarão um tema obrigatório em todas as escolas públicas da Itália. A decisão fará do país europeu o primeiro do mundo a adotar essa medida, segundo a nova legislação anunciada pelo Ministério da Educação italiano.
A partir do início das aulas, em setembro, as escolas dedicarão cerca de uma hora por semana às questões de sustentabilidade e mudança climática, disse o ministro da Educação, Lorenzo Fioramonti. Isso equivaleria a cerca de 33 horas/aula por ano.
“Este é um novo modelo de educação cívica centrado no desenvolvimento sustentável e nas mudanças climáticas”, declarou Fioramonti, do movimento anti-establishment Cinco Estrelas, ao jornal inglês “The Telegraph”. “É uma nova matéria que será ensinada do primeiro ao 13º ano, dos 6 aos 19 anos.”
O tema será incorporado às aulas cívicas existentes, que terão uma “pegada ambientalista” a partir de setembro de 2020, segundo Vincenzo Cramarossa, porta-voz de Fioramonti.
O plano de estudos será baseado nos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas, incluindo como viver de forma mais sustentável, como combater a poluição dos oceanos e como lidar com a pobreza e a injustiça social.
Pioneirismo
“A Itália será o primeiro país do mundo a adotar esse modelo”, disse Fioramonti. “Há países como o Butão que se concentram na felicidade e no bem-estar, e não no PIB, mas é a primeira vez que um país toma a agenda da ONU e a transforma em modelo de ensino.”
Professor de economia da Universidade de Pretória (África do Sul), Fioramonti disse à agência de notícias Reuters que todo o ministério “está sendo alterado para tornar a sustentabilidade e o clima o centro do modelo educacional”. Ele declarou: “Quero tornar o sistema educacional italiano o primeiro que coloca o meio ambiente e a sociedade no centro de tudo o que aprendemos na escola”.
Segundo Cramarossa, um painel de especialistas científicos que inclui Jeffrey Sachs, diretor do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Columbia (EUA), e o teórico econômico e social americano Jeremy Rifkin, ajudarão o ministério a reconstruir o currículo nacional a fim de abrir mais espaço para as mudanças climáticas e a sustentabilidade.
Fioramonti foi nomeado ministro da Educação há dois meses. Desde então, ele tem sido criticado por partidos de direita por dar apoio a estudantes em greve que protestam contra as mudanças climáticas e à criação de impostos sobre plásticos e refrigerantes. (com dados da Revista Planeta)