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Itália presta homenagem às vítimas do desmoronamento da ponte Morandi

16 de agosto de 2021 - Por Comunità Italiana
Itália presta homenagem às vítimas do desmoronamento da ponte Morandi

A Itália realizou no último sábado (14) uma série de homenagens para recordar os três anos do desmoronamento da Ponte Morandi, em Gênova, ocorrido em 14 de agosto de 2018 e que deixou 43 mortos. Uma das cerimônias marcou o lançamento da primeira pedra para construir um parque em memória das vítimas. Com a presença dos ministros da Infraestrutura da Itália, Enrico Giovannini, e da Justiça, Marta Cartabia, além do prefeito da cidade, Marco Bucci, do governador da região da Ligúria, Giovanni Toti, e familiares das vítimas, foi dada a largada para a construção do “Memorial 14.08.2018”.

A homenagem projetada pelo arquiteto Stefano Boeri será feita um pouco abaixo da ponte, onde uma escavadora derrubou parte da parede de uma antiga sala técnica para marcar o início das obras.

A expectativa é de que a construção seja concluída até o final de 2023 para ser “um espaço de memória e denúncia, mas também um lugar de renascimento e esperança”, segundo Boeri.

“Há um ano e meio visitamos este espaço, foram as famílias das vítimas que queriam que fosse construído aqui, onde havia o monte 9 (aquele que cedeu e desencadeou o desabamento do viaduto). A resistência dos escombros já era um convite para o construir aqui”, acrescentou o idealizador do projeto.

Além do memorial, as vítimas foram homenageadas com três coroas de rosas brancas e vermelhas, que foram enviadas pelo presidente da Itália, Sergio Mattarella, pelo governo e pelos familiares dos mortos.

Às 11h36 (horário local), hora exata da tragédia, a cerimônia foi interrompida e foi respeitado um minuto de silêncio. Ao mesmo tempo, os sinos das igrejas da cidades e as sirenes dos navios no porto de Gênova prestaram uma homenagem.

Na passarela sobre o rio Polcevera, que desde a noite passada se chama “14 de agosto de 2018”, em memória das 43 vítimas do desabamento da ponte Morandi, houve 43 badaladas do sino tibetano, além do lançamento de 43 rosas brancas nas águas, como acontece no dia 14 de cada mês.

“A memória deve vir acompanhada de um compromisso de mudança. A construção da ponte de San Giorgio mostrou a capacidade de reação de Gênova. Gostaria de dar crédito a todos aqueles que nos permitiram reconstruir esta obra, mas na Itália existem muitas outras pontes como esta, demasiadas obras construídas há muitos anos para serem restauradas e mantidas e, em alguns casos, para serem desmontadas e reconstruídas”, disse o ministro da Infraestrutura.

Pela tragédia, o Ministério Público de Gênova indiciou 59 pessoas, entre elas os ex-dirigentes da empresa Autostrade, então pertencente à Atlantia, e da ex-subsidiária Spea, responsável pela manutenção da ponte.

Caso haja julgamento, os indiciados enfrentarão as acusações de colapso intencional, ataque à segurança do transporte, homicídio rodoviário, homicídio múltiplo, falsificação, omissão de atos oficiais e remoção intencional de dispositivos de segurança do local de trabalho.

“A região da Ligúria está avaliando com seus advogados comparecer como parte civil no julgamento pelo rompimento da ponte Morandi e fará todo o possível para garantir o apoio a um importante processo e, sobretudo, a indenização por um território que tanto sofreu” , declarou Toti.

Já a ministra da Justiça da Itália assegurou no seu discurso aos familiares das vítimas que “nunca houve risco de prescrição do julgamento da ponte Morandi, pelo menos para os crimes mais graves”. Além disso, Cartabia lembrou que algumas das pessoas que morreram no colapso “eram trabalhadores” e dirigiu um pensamento comovente às “vítimas de acidentes de trabalho”.

“Esta tragédia é um alerta para todos. Não esqueçamos que por trás de toda regra de segurança há vida”, finalizou ela.

Por fim, uma missa em memória às vítimas foi celebrada na basílica de Certosa, pelo arcebispo Marco Tasca. Ontem, as autoridades locais já haviam realizado três procissões para relembrar a data.

A Ponte Morandi, em Gênova, desabou no dia 14 de agosto de 2018, às 11h36 (horário local), e provocou a morte de 43 pessoas. Já a substituta da estrutura foi inaugurada em agosto do ano passado, com projeto do premiado arquiteto Renzo Piano, ao custo de 200 milhões de euros, valor bancado por um consórcio público-privado. 

Premiê da Itália

O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, expressou a “sincera proximidade do governo e a sua às famílias das 43 vítimas, a todos os feridos e aos que ainda permanecem sofrendo as consequências desse trauma”.

“Não quero entrar no mérito da questão judicial, que seguirá seu curso. Também estou ciente de que nenhuma mensagem pode trazer seus entes queridos de volta à vida ou anular sua dor e a de toda a cidade. Mas quero reafirmar o compromisso do governo para que nunca mais ocorram acontecimentos tão trágicos e dolorosos”, disse.

Segundo o premiê, “em Gênova, o Estado traiu a confiança que os cidadãos depositam nas instituições”. “Com a Ponte Morandi ruíram os alicerces da vida civil, que está na base da nossa comunidade”, acrescentou Draghi, ressaltando que a “construção do viaduto San Giorgio é o primeiro passo para restaurar essa ligação”. (com dados da Ansa)

Comunità Italiana

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