Itália e Brasil perdem posições no Índice de Percepção da Corrupção

Pontuação da Itália no índice de Percepção da Corrupção (IPC) caiu pela primeira vez desde 2012. O País ficou em 52º lugar geral e 19º entre os países da UE. O Brasil ficou no 107º.
A Itália atingiu a pontuação de 54 na escala que vai de 0 (alto nível de corrupção percebida) a 100 (baixo nível), dois pontos a menos que na edição anterior, marcando a primeira reversão de tendência nos últimos 13 anos. A Itália vinha em uma onda de crescimento, com +14 pontos desde 2012.
O IPC avalia, desde 1995, 180 países e territórios e atribui notas entre 0 e 100 para medir o nível de integridade das nações com base em dados que trazem a percepção de acadêmicos, juristas, empresários e especialistas acerca do nível de corrupção no setor público. Os melhores resultados vieram de Dinamarca (90 pontos), Finlândia (88), Cingapura (84) e Nova Zelândia (83).
O Índice de Percepção da Corrupção de 2024 retrata globalmente uma Europa Ocidental onde, embora continue a ser a região com a pontuação mais elevada (64), os esforços para combater a corrupção estão estagnados ou a diminuir.
Com 34 pontos, o Brasil ficou abaixo da média de seus pares regionais, de 42 pontos, e da média global, de 43 pontos. Aproximou-se, assim, do grupo de países de regimes antidemocráticos, como a Turquia, que teve a mesma pontuação. No grupo do G20, o Brasil ficou à frente de apenas dois países: México e Rússia.
“Prevenção, regulamentação e cooperação são as palavras-chaves para uma Europa e uma Itália que colocam a luta contra a corrupção em todos os níveis em primeiro lugar, começando pelo nível cultural”, comenta Michele Calleri, presidente da Transparency International Italy.
No relatório, a Transparência Internacional, entidade responsável pelo índice, apresenta recomendações. Por exemplo, sugere que o governo não coadune com emendas sem transparência, fortaleça mecanismos de governança de empresas estatais para blindá-las do Centrão, tire de seus respectivos cargos funcionários do alto escalão do governo investigados por irregularidades e assegure que a renegociação dos acordos de leniência se baseie em critérios técnicos, com transparência e direito de participação das vítimas.
(Dados da Ansa e Estadão)