O governo da Itália aprovou na quarta-feira (13) um novo pacote de estímulo no valor de 55 bilhões de euros, o maior de sua história, que inclui subsídios a fundo perdido para pequenas e médias empresas, benefícios para autônomos e incentivos ao turismo para aliviar o impacto da crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus.
O primeiro-ministro Giuseppe Conte, participou de uma entrevista coletiva por teleconferência e destacou que o pacote é ambicioso e tem como objetivo “reforçar e apoiar a recuperação econômica e social do país”.
“As medidas de apoio às empresas são de cerca de 15 a 16 bilhões de euros [entre R$ 95 e R$ 102 bilhões], fornecidas de várias formas: para as menores, faremos compensações não reembolsáveis. Também reduzimos em quatro bilhões de euros [cerca de R$ 25 bilhões] os impostos para todas as empresas com volume de negócios de até 250 milhões de euros [cerca de R$ 1,592 bilhão]”, disse Conte.
Terceira maior economia da zona do euro, a Itália sofrerá uma queda de 8% em seu PIB neste ano, segundo estimativas do governo, como resultado dos efeitos da pandemia e das medidas de contenção implementadas para contê-la, que interromperam as atividades produtivas durante semanas.
Para amortecer esses efeitos, o governo italiano aprovou um decreto com auxílios de até 55 bilhões de euros – além do pacote de até 25 bilhões de euros anunciado em março – que visa, sobretudo, apoiar empresas, famílias, trabalhadores autônomos e o setor de turismo.
A quantia serve para aliviar o tecido econômico, mas elevará o déficit da Itália para 10,4% até 2020, de acordo com as estimativas do governo.
O pacote
Este é um apoio que lança as bases para a recuperação de Itália, um dos países mais afetados pela Covid-19, com mais de 31 mil mortos e mais de 222 mil casos confirmados.
O decreto estabelece a distribuição de 25,6 bilhões de ajuda para apoiar trabalhadores independentes ou em lay-off e mais 15 a 16 bilhões de euros para o apoio a pequenas e médias empresas.
Está ainda prevista a distribuição de mais de 3 bilhões de euros para o setor da saúde, 1,4 bilhões para o ensino superior e investigação e ainda 2 bilhões de euros de apoio ao turismo.
O decreto que estabelece a atribuição deste novo pacote de apoio foi aprovado ao fim de semanas de avanços e recuos na discussão entre os partidos que compõem a coligação de Governo.
Com quase 500 páginas, o decreto aprovado pelo Conselho de Ministros tem efeitos imediatos.