Começou na manhã desta sexta-feira (10) o velório de Lina Wertmüller, um dos maiores ícones da história do cinema italiano. A diretora faleceu na última quinta (9), aos 93 anos de idade, e está sendo velada na sede da Prefeitura de Roma, sua cidade natal. O velório acontece até as 20h (horário local), enquanto o funeral está marcado para as 11h30 de sábado (11), na Igreja dos Artistas, que fica ao lado da casa da cineasta.
“Estou sofrendo muito pela perda de um mito e um símbolo do cinema mundial como Lina Wertmüller, e sua lembrança estará para sempre em meu coração”, disse em entrevista à agência italiana de notícias “Ansa” a atriz Sophia Loren.
Nascida em Roma em 14 de agosto de 1928, Wertmüller pertencia a uma família aristocrática de origem suíça e se inscreveu em uma academia de teatro aos 17 anos, o que a levou a trabalhar como animadora e diretora de espetáculos de marionetes.
Em seguida, passou a escrever para o rádio e a televisão, mostrando desde então o estilo surreal e cômico que se tornaria sua marca no cinema.
Sua estreia na sétima arte foi como secretária de edição em “…e Napoli canta!” (1953), de Armando Grottini, mas a grande escola seria com Federico Fellini, de quem ela foi assistente de direção nos clássicos “La Dolce Vita” (1960) e “8½” (1963).
Wertmüller estreou na direção em 1963, com “I Basilischi”, uma narrativa amarga e grotesca da vida de um grupo de amigos no empobrecido sul da Itália e que lhe rendeu a Vela de Prata no Festival de Locarno.
Entre as décadas de 1960 e 1970, foi uma das principais expoentes do cinema político italiano, tanto nos dramas como nas comédias, e, em 1977, se tornou a primeira mulher indicada ao Oscar de melhor direção, por “Pasqualino Settebellezze”.
Sucesso de público nos EUA, o filme conta a história de Pasqualino Frafuso, único homem de uma família de sete irmãs feias e que tenta sobreviver em um campo de concentração nazista após desertar do Exército.
Apesar de não ter vencido o Oscar por “Pasqualino Settebellezze”, Wertmüller foi homenageada com o prêmio honorário da Academia em 2020 por “sua provocativa ruptura das normas políticas e sociais, entregue com bravura por meio das lentes das câmeras”. (com dados da Ansa)