A possibilidade do governo da Itália anunciar a obrigatoriedade de apresentação do passaporte sanitário para acesso a locais de cultura e lazer, incluindo bares, restaurantes e transportes, provocou um debate no país europeu durante a terça-feira (13). Uma pressão para a aprovação da medida foi registrada por parte de governos regionais e forças políticas, como o Partido Democrático (PD), segundo fontes oficiais.
No entanto, a líder do partido de extrema direita Irmão da Itália (FdI), Giorgia Meloni, classificou a decisão como “uma loucura inconstitucional” e uma “ideia arrepiante”, enquanto que o ex-ministro do Interior Matteo Salvini, da Liga, ressaltou que ninguém “vai brincar” com essa ideia.
A Fipe-Confcommercio, por sua vez, teme pesadas penalidades para os donos de restaurantes, mas para a Federalberghi a regra seria uma medida “sagrada”.
A aprovação do uso do “passe verde” seria um forte apelo por uma maior adesão à campanha de vacinação contra a Covid-19 e seguiria a mesma iniciativa do presidente da França, Emmanuel Macron.
Ontem, o líder francês anunciou em rede nacional que o certificado sanitário usado para viagens dentro da União Europeia também valerá para o acesso a restaurantes, cafés e meios de transporte a partir de agosto. O anúncio fez mais de 900 mil pessoas agendarem a vacinação anti-Covid em 24 horas.
O comissário para a emergência da Covid-19 na Itália, Francesco Figliuolo, concordou com Macron e ressaltou que a “vacinação é uma das chaves para voltar a normalidade”.
“Para convencer os últimos obstinados, usar o passe verde para esse tipo de evento pode ser uma boa solução. Também pode ser um impulso para a vacinação”, afirmou.
Segundo o subsecretário de Saúde, Pierpaolo Sileri, os “parâmetros das regiões devem mudar, mas se não mudarem, uma forma de evitar fechamentos – diante do risco de aumento da taxa de infecção – poderia ser o passe verde”.
Apesar do debate e das várias hipóteses, nenhuma decisão é esperada nas próximas horas na Itália, mas as avaliações serão realizadas pelo Comitê Técnico-Científico(CTS). A expectativa é de que haja um parecer do governo depois da divulgação do acompanhamento da situação epidemiológica na sexta-feira (16). (com dados da Ansa)