O governo brasileiro manifestou na última sexta-feira (19) sua solidariedade às vítimas das chuvas e inundações no norte da Itália. Por meio de comunicado, o Ministério das Relações Exteriores “expressa sua solidariedade às famílias das vítimas, ao governo e ao povo italiano”.
De acordo com a nota, o Brasil recebeu “com consternação a notícia das mortes e dos danos materiais provocados pelas chuvas torrenciais que atingem a região da Emilia-Romagna”.
Por fim, o comunicado indica que o “Consulado-Geral em Milão está acompanhando a situação e está à disposição dos cidadãos brasileiros eventualmente afetados”.
‘Vale das frutas’ é destruído pelas chuvas
Entre as diversas faces da tragédia das chuvas e alagamentos na Emilia-Romagna, uma das principais foi a destruição do chamado “Vale das frutas” italiano. Estimativas apontam que entre 10 milhões e 15 milhões de plantas morreram com o fenômeno climático e que serão necessários de quatro a cinco anos para uma recuperação total.
Os cultivos mais afetados foram pêssegos, nectarinas, kiwis, damascos e ameixas, todos em sua temporada de maturação, e aumentos nos preços são esperados já nas próximas semanas – além da escassez dos frutos pela quebra na produção, estimada em 15% a 20%.
E os números são provisórios, conforme a Confagricoltora Emilia-Romagna, porque na estimativa ainda não foram incluídas as áreas que sofreram com deslizamentos – totais ou parciais – apenas as que foram destruídas por alagamentos.
O presidente da associação, Fabio Massimo, disse que o país “nas próximas semanas, vai viver um verdadeiro terremoto”. “As inundações destruíram os produtos da temporada, como peras, maçãs, ameixas, em plena fase de maturação, o que causará uma diminuição geral da qualidade e da quantidade de frutas e verduras, assim como um aumento nos custos”, pontuou.
A maior associação de agricultores diretos italianos, a Coldiretti, informa que a Emilia-Romagna produz mais de 20% do damasco nacional e de 10% dos pêssegos e das nectarinas, além de ter mais de 50 mil empresas voltadas para produtos agroalimentares.
Muitas dessas companhias também foram alagadas e, uma primeira estimativa de danos da Confagricoltora Forlì-Cesena, aponta mais de “1,5 bilhão de euros” em prejuízos. (com dados de agências internacionais)