'Puccini e la Fanciulla' (2008) poderá ser exibido hoje sem problemas no Festival Internacional de Cinema de Veneza, afirmou hoje o diretor Paolo Benvenuti, imediatamente após ser divulgada a sentença do juiz do Tribunal de Milão, emitida na última terça-feira, segundo a qual a projeção de uma parte do filme está proibida.
"A cena incriminada, ou seja, aquela da leitura da correspondência entre o maestro e a amante Giulia Manfredi não existe no filme, nunca existiu", disse Benvenuti. "Portanto o filme pode ser exibido sem problemas."
A decisão do juiz de Milão foi motivada por um pedido de Simonetta Puccini, herdeira do músico, que há tempos move uma "guerra" contra o filme, através de denúncias e abaixo-assinados. O pedido da herdeira se baseia na afirmação de que, em uma cena do filme, são lidas correspondências pelo maestro para sua amante, fato que o diretor nega. "No filme não utilizamos cartas desse tipo, como também saberia a senhorita Puccini se tivesse lido o roteiro do filme", frisou Benvenuti.
"Agora nós é que faremos uma denúncia contra essa senhora, que nos acusa de coisas que não existem", acrescentou o diretor. A multa estipulada pelo juiz é de 50 mil euros por exibição.
O filme de Benvenutti conta a história de Daria Manfredi, uma moça que trabalhava na casa de Puccini e que se suicidou por causa dos maus tratos e dos ciúmes da esposa de Puccini, Elvira, que suspeitava de uma relação entre os dois. Segundo a trama, na verdade o compositor teria tido uma relação extra-conjugal com a prima de Daria, Giulia Manfredi, e o fruto dessa relação, Antonio Manfredi, nunca teria conhecido seu pai. O homem teve uma filha, Nadia Manfredi, que atualmente vive em Pisa.
Durante a produção, o diretor do filme entrou em contato com Nadia durante e recuperou documentos que comprovam sua versão. Se confirmado o parentesco, ela também poderia se tornar herdeira de Puccini.
Fonte: Ansa
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