O ex-primeiro-ministro da Itália e líder do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), Giuseppe Conte, defendeu nesta terça-feira (20) a instituição de um salário mínimo no país. A declaração foi dada durante uma sabatina promovida pela agência italiana de notícias “Ansa” em Roma, à véspera das eleições parlamentares antecipadas de 25 de setembro.
“Precisamos agir a respeito do salário mínimo legal, dizer ‘chega’ à precarização selvagem, agir sobre o corte da carga tributária”, declarou Conte, que governou a Itália entre junho de 2018 e fevereiro de 2021.
“Mas a nova fronteira é a redução do tempo de trabalho, como o exemplo da França: de 40 para 35 horas, com manutenção do salário”, disse o ex-primeiro-ministro.
Durante a sabatina, Conte, já acusado por adversários de simpatizar com o regime de Vladimir Putin na Rússia, também defendeu a reabertura de negociações para encerrar a guerra na Ucrânia.
“A paz precisa ser construída com constância e perseverança. Se assistimos recentemente à contraofensiva ucraniana positiva, digo que este é o momento para abrir a tratativa diplomática”, declarou.
O M5S já foi o partido mais popular da Itália em 2018, mas acabou penalizado pelos anos de governo e hoje disputa apenas o terceiro lugar nas pesquisas com a Liga, de extrema direita.
O movimento antissistema foi um dos algozes do premiê Mario Draghi, ao boicotar um voto de confiança ao governo em meados de julho. (com dados da Ansa)