Obra substituirá em Gênova a Ponte Morandi, cuja queda matou 43 pessoas
Há exatos 623 dias do desabamento da Ponte Morandi, que matou 43 pessoas em 14 de agosto de 2018, em Gênova, foi instalado nesta terça-feira (28) o último trecho da nova estrutura de aço que está sendo construída no mesmo local.
O tabuleiro foi posicionado entre os pilares 11 e 12 da nova ponte, após uma cerimônia que contou com as presenças do primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, do governador da Ligúria, Giovanni Toti, e do prefeito de Gênova, Marco Bucci.
Na noite anterior, para comemorar a conclusão dessa etapa da obra, os 18 pilares da ponte foram iluminados com as cores da bandeira italiana. Com a montagem da estrutura de aço, o próximo passo é a realização do asfalto. Segundo Bucci, a obra deve ser entregue no próximo mês de julho.
A nova ponte terá cerca de 1,1 quilômetro de extensão, dividido entre 19 tabuleiros situados a mais de 40 metros de altura e sustentados por 18 pilares. Também haverá 43 antenas luminosas para homenagear as vítimas do desabamento.
A reconstrução está a cargo do consórcio PerGenova, formado pela estatal Fincantieri e pela construtora privada Salini Impregilo, ao custo de 200 milhões de euros.
“Vamos nos empenhar ao máximo para que tragédias do tipo nunca mais se repitam”, disse Conte, acrescentando que a reconstrução é o símbolo de uma “Itália que sabe se levantar, que arregaça as mangas e que não se deixa abater”.
“A ponte não terminou, mas hoje celebramos a reunião das duas partes do vale”, declarou o prefeito Bucci. Já o governador Toti salientou que a obra demonstra que “se pode fazer muitas coisas juntos”.
Inaugurada em 1967, a Ponte Morandi havia sido construída por meio de um método desenvolvido pelo engenheiro italiano Riccardo Morandi e usado em poucos lugares do mundo. O sistema era baseado em uma ponte estaiada, mas com as pistas suspensas por cabos de concreto, e não de aço, como é mais comum.
A suspeita é que a construção tenha entrado em colapso devido a uma falha estrutural, mas ninguém ainda foi condenado pelo desastre. “A ferida de Gênova nunca será completamente curada porque há 43 vítimas, e nós não esquecemos. Os juízos de responsabilidade ainda não foram concluídos, mas precisam ser finalizados”, declarou o primeiro-ministro Conte. (Ansa)