A empresa italiana de biotecnologia Takis Biotech, em colaboração com a Rottapharm Biotech, que desenvolvem uma vacina contra o novo coronavírus, anunciou nesta segunda-feira (29) que adaptou seu fármaco e fará testes pré-clínicos de um imunizante específico para a variante Ômicron, detectada inicialmente na África do Sul.
Chamada Covid-eVax, a candidata é baseada em um fragmento de DNA injetado no músculo para estimular a produção de uma determinada porção da proteína “spike”, espécie de coroa de espinhos que o novo coronavírus usa para agredir as células humanas. Atualmente, ela é testada na fase 1 em humanos.
Agora, a vacina contra a variante Ômicron é um imunizante de segunda geração, ou seja, baseado na mesma plataforma da Covid-eVax, que foi adaptada para as cepas Alpha, Beta, Gamma e Delta e testada com sucesso em animais.
Segundo os especialistas, levará mais algumas semanas para que uma dose seja testada em laboratório, mas usar o método do DNA (como faz Takis) ou RNA (como fazem a Pfizer e a Moderna) permitirá encurtar significativamente o tempo em comparação com as técnicas tradicionais.
“Graças a tudo o que aprendemos desde o início da pandemia, desenhamos a vacina Covid-eVax, versão Ômicron em poucas horas e em poucas semanas poderemos testá-la em modelos pré-clínicos”, disse Luigi Aurisicchio, CEO da Takis.
De acordo com o executivo, “enquanto tentamos derrotar a pandemia, é imperativo ser proativo conforme o vírus evolui”.
“Nos últimos meses, geramos modificações quase em tempo real de Covid-eVax contra Alpha, Beta, Gamma, Delta e muitos outros, demonstrando sua imunogenicidade em modelos animais. Ao contrário das variantes anteriores, a Ômicron tem um grande número de novas mutações, por este motivo, é difícil prever se as vacinas atuais ainda são protetoras”, explicou Aurisicchio.
Para Lucio Rovati, presidente e diretor científico da Rottapharm Biotech, “porém, é fundamental ter mais plataformas tecnológicas disponíveis de vacinas, como a Covid-eVax, que são prontamente adaptáveis a quaisquer novas variantes, como reforço da resposta imune previamente induzida por outras plataformas de vacinação, ou para uso em países onde as vacinas não estão disponíveis atualmente”.
“Dado o impacto da pandemia sobre as nossas vidas e a economia mundial, a Itália pode fazer a sua parte e disponibilizar a sua experiência”, enfatizou Rovati.
O único problema, no entanto, está relacionado aos fundos financeiros e a falta de financiamento, o que impede as empresas de continuar os estudos clínicos para realizar o desenvolvimento da vacina italiana.
“Esperamos que a Itália com os recursos do plano de recuperação [PNRR] possa tornar estratégica investimentos e incentivo à pesquisa italiana para tornar o país mais competitivo no mundo das biotecnologias”, concluiu o CEO da Takis. (com dados da Ansa)