A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou que o governo “está trabalhando em uma série de iniciativas” com os países africanos durante sua visita a Addis Abeba, capital da Etiópia, na sexta-feira (14). “Por exemplo, temos o encontro Itália-África, que é realizado a cada dois anos. No próximo, que será no outono e poderá ser a ocasião certa para apresentar definitivamente o nosso Plano Mattei. Além disso, estamos trabalhando em cooperação com os países africanos porque você não pode pressupor saber quais são as melhores soluções. Mas, outubro será a ocasião para apresentar definitivamente o plano”, disse aos jornalistas.
Apesar de ser muito citado pelo governo, o Plano Mattei ainda é uma incógnita nos detalhes públicos. Sabe-se que é focado no apoio aos países da África e que tem pontos sobre a gestão migratória, questões energéticas e de infraestrutura.
“Acredito que o Plano Mattei produz muito mais do que o esforço atual pede, pelo interesse nacional italiano, pelo interesse europeu, pela estabilidade de um continente sobre o qual, talvez nos últimos anos, não tenhamos feito muito e que hoje vê a entrada de diversos atores. Acredito que na obra de estabilização e desenvolvimento da África, um papel forte da Itália e da Europa seja oportuno”, acrescentou.
Ao lado do premiê etíope, Abiy Ahmed, Meloni ainda afirmou que está no país “com as nossas empresas e com investimentos e infraestruturas, que são também infraestruturas citadas no que chamo de Plano Mattei para África, e as empresas italianas vão construir as linhas principais”.
Meloni apoia esforços para fortalecer Somália
No sábado (15), durante sua visita a Adis Abeba, Meloni afirmou que seu governo apoia os esforços para fortalecer a Somália.
“A Somália sempre encontrará na Itália um parceiro privilegiado e sólido no apoio aos esforços para fortalecer as instituições somalis e a estabilidade de todo o Chifre da África”, escreveu Meloni no Twitter.
Além disso, a premiê italiana reiterou a linha do governo sobre as alterações ao decreto migratório e reforçou que seu “objetivo é a eliminação da proteção especial, porque é uma proteção a mais em relação ao que acontece com o resto da Europa”.
“É complexo e é normal que existam várias alterações”, acrescentou.
Durante coletiva de imprensa, Meloni ressaltou acreditar que pode “contribuir muito para o desenvolvimento, a segurança e a estabilidade das nações africanas”.
Por fim, ela reforçou que “há um grande desejo pela Itália, há uma grande atenção para a nossa capacidade de cooperação não predatória, deixar alguma coisa aqui”.
“Queremos trabalhar em infraestrutura, agricultura, turismo. O que essas nações nos pedem é também que sejamos promotores, porta-vozes em organismos internacionais, a UE, o G20, o G7, seus pedidos, suas necessidades e acredito que a Itália pode desempenhar muito bem esse papel”, concluiu.
Logo depois, antes de finalizar sua missão na Etiópia, Meloni visitou o instituto Galileu Galilei na capital etíope, a maior escola italiana no exterior com cerca de 900 alunos. (com dados de agências internacionais)