Em meio a pandemia, FCA e Ferrari iniciam produção de máscaras cirúrgicas e maquinário de UTI

A família Agnelli, controladora da FCA e da Ferrari, também doou 10 milhões de euros (cerca de R$ 55 milhões) à Proteção Civil italiana, para lutar contra o surto de Covid-19
O CEO da Fiat Chrysler Automobiles (FCA), Mike Manley, anunciou nesta segunda-feira (23), em uma carta enviada aos funcionários, que a empresa converterá uma de suas unidades para a produção de máscaras cirúrgicas, como forma de ajudar no combate ao novo coronavírus (Sars-CoV-2). A planta escolhida não foi divulgada, mas fontes indicam que seria uma das empresas do grupo na Ásia.
Enquanto isso, a Scuderia Ferrari, casa automobilística mais famosa do mundo, converteu sua planta de Maranello para produzir ventiladores e respiradores para UTIs em conjunto com a Siare Engineering International, empresa de Bolonha e líder mundial na produção de máquinas de ventilação.
Os produtos serão entregues a hospitais que lutam contra a epidemia de coronavírus (covid-19).
Manley ressaltou que os times de engenharia e de produção da Ferrari estão colaborando com a Siare Engineering, “para ajudá-los a dobrar a produtividade [de 150 para 300 por semana]”, e que a FCA tomou medidas difíceis para proteger a segurança e a saúde de todos os colaboradores.
“Na última semana, nós decidimos estender o trabalho à distância para todos aqueles funcionários que tem a possibilidade de desenvolver suas funções fora do escritório. As medidas proativas que adotamos para garantir o distanciamento social e intensificar a higienização na China e na Itália foram rapidamente adotadas como as melhores práticas em nossas estruturas em todo o mundo”, destacou ainda lembrando da suspensão das atividades nas indústrias da Europa e da América do Norte.
Segundo Manley, “essa foi uma decisão difícil, mas correta” e que neste período de “incerteza econômica”, é preciso trabalhar “incansavelmente para respeitar os compromissos assumidos com os clientes e com as concessionárias”. Além disso, o administrador destacou o programa de venda à distância na Itália e o financiamento com taxas adiadas nos Estados Unidos como algumas das medidas eficientes adotadas.
“Desde que escrevi para vocês na última semana, acompanhamos um rápido avanço do impacto do coronavírus na economia global e sobre as nossas vidas. Mesmo que a diminuição dos novos casos na China seja motivo de otimismo, para muitos de nós, nos esperam ainda tempos difíceis”, disse ainda Manley, destacando que por conta da rapidez de disseminação da doença, “as decisões que parecem sensatas em um dia, precisam ser revistas logo depois por conta das mudanças impostas pela pandemia”.
De acordo com os dados do Centro John Hopkins, até esta segunda-feira, já são 349.211 casos confirmados da Covid-19 em todo mundo, sendo 81.496 na China, 59.138 na Itália e 35.224 nos Estados Unidos. Ao todo, são 15.308 mortes relacionadas ao novo coronavírus, com a Itália somando 5.476 falecimentos. (com dados da Ansa)