No Palácio Garibaldi, tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná, a celebração da Festa da República Italiana exaltou a liberdade e chamou atenção sobre a “fuga de jovens talentos”, tanto na Itália quanto no Brasil, para o exterior

No início deste mês, a Festa da República Italiana, celebrada em 2 de junho, reuniu autoridades locais e personalidades representativas da comunidade italiana de Curitiba, no Palácio Garibaldi, imponente construção no Largo da Ordem (centro histórico da capital paranaense), tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná.

A ocasião trouxe temas importantes para a pauta, como a fuga de talentos da Itália e do Brasil, que buscam melhores oportunidades de vida no exterior, mencionado por Eduardo Bonetti, presidente do Comites do Paraná e de Santa Catarina – Comitato degli Italiani all’Estero. Já Cida Borghetti, ex-governadora do Paraná, lembrou que a decisão italiana de se tornar uma República, 77 anos atrás, foi também uma escolha de liberdade que influenciou os rumos da História, inclusive, dos imigrantes que chegaram ao Brasil, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial.

O evento, oferecido pelo Consulado Italiano do Paraná e de Santa Catarina, foi prestigiado por personalidades como Darci Piana, vice-governador do Paraná, Lucia Casillo Malucelli, diretora do Solar do Rosário, espaço particular de arte e cultura de Curitiba, e Rodolpho Feijó (assessor de relações internacionais da prefeitura de Curitiba, representando o prefeito Rafael Greca) e Deivis Helen Calamucci, presidente do Centro Cultural Ítalo-brasileiro Dante Alighieri de Curitiba, entre outros convidados da cônsul interina Maria Salamandra, que foi homenageada com o título de “Sócio Benemérito da Associação Giuseppe Garibaldi”.

Os vinhos exaltaram a produção italiana do Bel Paese, com rótulos da Tenuta Malucelli (região do Friuli), e a produção ítalo-brasileira paranaense da Familia Fardo, na região metropolitana de Curitiba. A celebração foi organizada por Luciane Deboni, da AllParty Festas e Eventos, com buffet do Oliveto Gastronomia, assinado pelo chef Cesar Oliveto.

Eduardo Bonetti retomou um tema mencionado recentemente pelo presidente da Itália, Sergio Mattarella: a “fuga dei cervelli” (jovens que deixam a Itália em busca de melhores oportunidades no exterior). Segundo Bonetti, o fenômeno, também conhecido como “êxodo das mentes engenhosas”, preocupa não só pelo fato de 1/3 dos emigrados possuírem curso superior, mas também porque apenas uma pequena parte deles volta à Itália.

Para o presidente do Comites, o grande desafio do século é a Itália criar condições para que esses talentos encontrem sucesso e realização pessoal no próprio país. Já no Brasil, sul de Santa Catarina, Bonetti destacou outro fenômeno similar: jovens que partem para a Itália e a Alemanha em busca de melhores oportunidades no mercado de produção europeu que, neste caso, ele chama de “fuga de mano d´opera”. Ao celebrar uma conquista histórica do passado – a Festa da República Italiana –, Bonetti observou que também é preciso planejar as conquistas do futuro. Neste caso, é fundamental que tanto a Itália quanto o Brasil estejam atentos a estas “fugas locais”, buscando reverter tal quadro e, sobretudo, equilibrar esta balança.

Serviço

Consulado Italiano do Paraná e de Santa Catarina

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Comites Paraná e Santa Catarina

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Solar do Rosário

Palácio Garibaldi