O corpo do ex-atacante italiano Paolo Rossi deixou a câmara mortuária do Hospital Santa Maria alle Scotte, em Siena, na manhã desta sexta-feira (11) e foi levado para Vicenza.
O estádio municipal Romeo Menti, onde “Pablito” desfilou em seus anos iniciais de carreira, receberá um velório público entre 15h e 20h desta sexta (horário italiano), com regras de distanciamento interpessoal para evitar a disseminação do novo coronavírus.
Já o funeral será no sábado (12), na Catedral de Vicenza, cidade à qual Rossi era bastante ligado devido à sua passagem pelo Lanerossi Vicenza, entre 1976 e 1979, quando levou o clube ao título da Série B.
O ex-atacante também era cidadão honorário do município desde fevereiro passado.
Trajetória
O “bambino d’oro” (“menino de ouro”) é lembrado no Brasil como um dos maiores carrascos da história da seleção, após ter marcado três gols na vitória por 3 a 2 que eliminou o histórico esquadrão comandado por Telê Santana e que contava com Toninho Cerezo, Júnior, Falcão, Sócrates e Zico na Copa de 1982.
Aquela gloriosa tarde de 5 de julho para a Itália ficou conhecida entre os brasileiros como a “tragédia de Sarriá”, nome do antigo estádio do Espanyol, e abriu caminho para a Azzurra faturar o tricampeonato mundial, superando Polônia (2 a 0) na semifinal e Alemanha Ocidental na decisão (3 a 1).
Paolo Rossi terminaria a Copa de 1982 como artilheiro, com seis gols, e vencedor da Bola de Ouro do torneio, porém foi muito mais do que um algoz do Brasil.
Ele começou a carreira profissional na Juventus, em 1973, mas antes de se tornar ídolo bianconero passou por Como, Lanerossi Vicenza e Perugia. Após voltar à Velha Senhora, em 1980, faturou dois títulos na Série A (1981/82 e 1983/84), um na antiga Copa dos Campeões (1984/85), precursora da Champions League, uma Supercopa da Uefa (1984) e uma Copa da Itália (1982/83).
Antes de encerrar a carreira, Rossi ainda passaria por Milan e Hellas Verona, mas sem destaque. Pela Azzurra, o atacante atuou em 48 partidas entre 1977 e 1986, marcando 20 gols. Na aposentadoria, o ex-jogador se tornou comentarista em canais esportivos, atividade que exercia até sua morte.
Sua carreira também teve uma passagem polêmica, quando “Pablito” foi suspenso por dois anos, em 1980, acusado de participação em um esquema de manipulação de resultados na época em que atuava no Perugia – o gancho terminou pouco antes da convocação para a Copa de 1982.
Nascido em Prato, em 23 de setembro de 1956, Rossi deixa sua esposa, Federica, e três filhos: Alessandro, Maria Vittoria e Sofia. (com dados da Ansa)