A Telecom Italia demitiu seu presidente-executivo, Amos Genish, nesta terça-feira (13), removendo o homem que alguns diretores viam como um obstáculo para uma reestruturação mais agressiva na empresa
Genish foi nomeado no ano passado para comandar a empresa pelo acionista controlador, o grupo de mídia francês Vivendi, mas desde então os diretores apoiados pelo fundo Elliott assumiram o controle do conselho.
A Telecom Italia informou em comunicado que se reunirá no domingo para nomear um novo presidente-executivo, mas não deu nenhuma explicação para a partida repentina de Genish.
O executivo estava seguindo um plano de recuperação de três anos, concentrando-se em uma transformação digital e na correção das finanças da empresa de telecomunicações, mas fontes dizem que alguns diretores do Elliott queriam que ele desse maior prioridade a um possível cisão de suas redes fixas.
Na segunda-feira, Genish disse em comunicado que apoiava a ideia de incorporar os ativos de linha fixa da empresa com a rede de banda larga que está sendo desenvolvida pela concorrente menor Open Fiber, desde que a Telecom Italia estivesse no controle da rede combinada.
A Itália está preparando uma legislação que poderia levar a essa fusão, disseram fontes próximas ao assunto.
A Vivendi reagiu com raiva ao que chamou de uma manobra mesquinha e cínica de alguns membros do conselho que se moveram secretamente contra Genish, convocando o conselho enquanto ele estava no exterior a negócios.
“Nós condenamos a desestabilização por trás dessa decisão e os métodos vergonhosos. Reservamos todos os nossos direitos para defender os interesses de todos os acionistas”, disse um porta-voz da Vivendi.
O presidente do conselho, Fulvio Conti, vai acumular os poderes de Genish até que o conselho se reúna novamente no domingo para nomear um novo presidente-executivo.
A reunião desta terça-feira foi convocada enquanto Genish estava visitando a Coreia do Sul. Ele entrou na reunião por telefone, disse uma fonte familiarizada com o assunto.
Por volta das 08:50 (horário de Brasília), as ações da Telecom Italia recuavam 1,4 por cento.
(Reuters)