Cidades italianas de Pádua e Anguillara Veneta serão blindadas para visita de Bolsonaro

A polícia de Pádua, na Itália, informou que as visitas do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, à cidade e também a Anguillara Veneta, serão realizadas sob forte esquema de segurança nesta segunda-feira (1º).
O plano de segurança, que teve também o aval das duas prefeituras, dos carabineiros e da Guarda de Finanças, prevê o fechamento do tráfego de veículos a partir das 13h (9h no horário de Brasília) de todas as ruas que levam à Basílica de Santo Antônio, para onde Bolsonaro irá rezar. Também há atenção especial para uma manifestação convocada no início da tarde (pela hora local).
Já em Anguillara Veneta, que fica na província de Pádua, onde o presidente receberá a cidadania honorária, o plano foca mais no esquema de segurança do mandatário e não no fechamento de ruas de forma antecipada.
Na localidade, Bolsonaro irá à paróquia para ver os registros de nascimento de seu bisavô, que são guardados na igreja, e depois segue para um “almoço com parentes” na Villa Arca del Santo.
Também na cidade, que tem apenas quatro mil habitantes, estão previstas manifestações contrárias ao presidente.
A concessão da cidadania honorária a Bolsonaro, em um processo feito rapidamente a pedido da prefeita Alessandra Buoso, gerou protestos formais de partidos de oposição e de organizações italianas antifascistas e antimáfia.
No entanto, a prefeita justificou que a medida que não “quer entrar em aspectos políticos” e que quer “apenas recordar que os laços entre essas duas nações são extremamente fortes”.
Salvini anuncia encontro com Bolsonaro em Pistoia
O líder do partido de extrema-direita Liga, Matteo Salvini, anunciou no sábado (30) que irá se reunir com o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, na próxima terça-feira (2), em Pistoia. Na cidade italiana, o mandatário irá participar de uma cerimônia de homenagens aos soldados mortos na luta contra o nazifascismo durante a Segunda Guerra Mundial.
“Estou feliz e orgulhoso de fazer uma homenagem aos mortos brasileiros na Segunda Guerra Mundial, terça-feira, ao lado do presidente Bolsonaro. Eles deram uma contribuição importante à libertação da ocupação nazifascista. Para mim, será a ocasião de reforçar a profunda amizade que liga Itália e Brasil”, disse o ultranacionalista.
Salvini ainda afirmou que quer “renovar o agradecimento também pelo empenho e a seriedade que fizeram com que voltasse para a Itália o terrorista comunista Cesare Battisti em 2019”.
A visita de Bolsonaro a Pistoia, porém, deve ser marcada também por protestos, anunciados tanto por partidos de oposição como por organizações civis. Na sexta-feira (29), um grupo inclusive divulgou uma carta em que diz que o mandatário “não é bem-vindo” e lembrando as 600 mil vítimas da pandemia de Covid-19, “provocadas inclusive por sua política sanitária discriminatória”.
Já Salvini tenta também usar de Bolsonaro para recuperar seu papel de liderança única da extrema-direita italiana que, cada vez mais, vai para sua “aliada e rival” Giorgia Meloni, do partido Irmãos da Itália (FdI).
Monumento de Pistoia – A cidade de Pistoia tem uma forte ligação com a Força Expedicionária Brasileira (FEB) e abriga um cemitério militar e a tumba do soldado desconhecido como forma de homenagear os brasileiros mortos na Guerra.
Neste ano, também foi inaugurado um monumento para lembrar as enfermeiras e as equipes médicas da instituição que atuaram no hospital de campanha construído na cidade.
A FEB chegou à Itália em setembro de 1944, em um dos momentos mais críticos da Segunda Guerra Mundial. (com dados da Ansa)