A Câmara dos Deputados da Itália vai exigir a apresentação de um certificado sanitário anti-covid por todas as pessoas que acessem o local, incluindo parlamentares. A medida foi decidida em uma reunião de líderes partidários na quarta-feira (22) e acompanha um decreto do governo de Mario Draghi que estabelece a obrigatoriedade do chamado “passe verde” em todos os locais de trabalho, tanto no setor público quanto na iniciativa privada.
Esse certificado sanitário é concedido a pessoas vacinadas contra a covid-19, curadas da doença há no máximo seis meses ou que apresentem resultado negativo de teste PCR ou de antígeno feito há no máximo 48 horas.
Por respeito à independência entre os poderes, o governo não poderia impor normas sanitárias ao Legislativo, mas o decreto pede para as câmaras se adequarem.
No caso do Senado, a presidente Elisabetta Casellati convocou uma reunião para 5 de outubro para discutir o assunto, já que o novo decreto do governo só entra em vigor no dia 15 do mesmo mês.
Para deputados que preferirem obter o “passe verde” sem estar vacinados, o custo dos testes PCR será coberto por um fundo de solidariedade financiado por contribuições dos próprios parlamentares.
Até agora, o certificado sanitário é exigido em locais como academias, piscinas públicas, estádios, feiras e áreas cobertas de bares e restaurantes, assim como é cobrado de professores e outros funcionários de escolas.
Mas o governo decidiu ampliar seu uso para estimular a vacinação contra a Covid sem arcar com o ônus político de torná-la obrigatória – parte da coalizão do premiê Draghi é contra a obrigatoriedade.
Atualmente, quase 77% do público-alvo na Itália (pessoas a partir de 12 anos) está totalmente vacinado contra a Covid, mas o governo planeja atingir 80% até o fim de setembro. (com dados da Ansa)