O italiano Cesare Battisti procurou ajuda de um grupo político ligado ao ex-presidente uruguaio José Mujica, no início do governo Michel Temer, quando avaliou que a sua situação jurídica no Brasil havia piorado
O pedido era para que aliados de Mujica consultassem o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, sobre a possibilidade de abrigo ao ex-ativista político italiano – condenado por quatro assassinatos no país europeu –, caso o Brasil resolvesse extraditá-lo.
Battisti teria ido ao Uruguai pessoalmente para reforçar o pedido, mas a resposta foi negativa, indicando que ele não seria aceito pelo governo uruguaio. A avaliação de Battisti, contudo, estava correta. Nos últimos dias do seu governo, Temer assinou a extradição.
Bolívia
Diante da negativa uruguaia, a Bolívia começou a ser uma alternativa com o passar dos meses durante o governo Temer.
Segundo o blog apurou com pessoas próximas ao italiano, ao fugir para a Bolívia, Battisti acreditava em outro desfecho. Em caso de prisão, o italiano apostava, por exemplo, que seria aberto um novo processo de extradição.
O italiano não contava que o governo boliviano resolveria a questão em um processo tão célere. Battisti foi preso no sábado (12) no país sul-americano e, na terça-feira (14), já estava a caminho da Itália . Ele apostava que o novo processo de extradição poderia levar à prescrição do caso.
De acordo com a lei boliviana que trata do tema, a saída obrigatória em casos de extradição tem prazo mínimo de 15 dias para que haja, ao menos, tempo do extraditado se defender. Na avaliação dos advogados de Battisti, não houve respeito ao rito legal.
Ainda de acordo com pessoas próximas do italiano, Battisti teria “entregado os pontos” e concordado com uma solução mais rápida para o caso porque estaria cansado de fugir, sua escolha nos últimos 40 anos.
(G1)