Nesta segunda-feira (11), Battisti se tornou réu, acusado de tentativa de evasão de divisas com dinheiro não declarado
O italiano foi preso em outubro, em Corumbá com 20 mil em moeda estrangeira não declarado.
A denúncia foi aceita quase três meses após a tentativa frustrada de chegar à Bolívia, em quatro de outubro.
De acordo com a Ansa, a denúncia foi realizada pelo Ministério Público Federal (MPF) e aceita pela 3° Vara Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
Há um limite de 10 mil reais para alguém sair do país, sem declarar à Receita Federal, valor inferior ao que se encontrou com o italiano.
Battisti afirmou que os dólares e euros não eram apenas dele, mas dos dois amigos que o acompanhavam: Vanderlei Lima Silva e Paulo Neto Ferreira de Almeida.
A tentativa de fuga do Brasil
A explicação para sua ida à Bolívia era compras, mais especificamente “roupas de couro” e material de pesca.
Segundo a Ansa, o ex-guerrilheiro afirma que sua prisão é apenas mais uma tentativa para extraditá-lo.
Em 6 de outubro, dois dias após ser capturado, ele foi solto com habeas corpus do desembargador Marcos Lunardelli, do Tribunal Regional Federal da 3° Região, em São Paulo.
A decisão do desembargador foi aprovada pelos colegas da corte.
A 3ª Vara Federal de Campo Grande espera a presença de Battisti em até sete dias, na delegacia do Mato Grosso do Sul, para colocar a tornozeleira eletrônica.
O italiano mora em Cananéia, no litoral do sul paulista, a defesa do réu tentou a possibilidade da medida ser cumprida em São Paulo, sem sucesso.
O ex-guerrilheiro
O italiano vive no Brasil desde 2004, quando fugiu da França, onde morava desde 1993.
Em 2007 foi preso no Rio de Janeiro, com a ajuda da polícia francesa e em 2010 teve sua permanência autorizada pelo presidente Lula.
Na Itália, ele é condenado à prisão perpétua por envolvimento com terrorismo e quatro homicídios realizados na década de 70.
Battisti foi integrante do grupo italiano de extrema esquerda, Proletários Armados pelo Comunismo (PAC).
O governo italiano este ano voltou a tentar a extradição de Battisti, após a subida de Temer à presidência.
Apesar da resposta positiva do presidente, ainda é necessário o posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF) contra a revisão da ordem de Lula.
Ainda sem prazo pra julgamento, o caso está na responsabilidade do ministro Luiz Fux.
Battisti reforçou sua inocência dos crimes que foi condenado e afirmou que é impossível que o STF autorize sua extradição, em entrevista à Ansa, em outubro.