Uma bandeira usada em toda a Europa por simpatizantes do nazismo apareceu no quartel do 6º batalhão da Arma dos Carabineiros em Florença, na Toscana, norte da Itália.
O estandarte preto, branco e vermelho e com uma cruz negra no centro estava dentro de um quarto e foi filmado a partir do lado de fora da instalação. A ministra da Defesa do país, Roberta Pinotti, pediu ao comandante dos carabineiros, general Tullio Del Sette, “esclarecimentos rápidos e procedimentos rigorosos” para punir o responsável pela bandeira.
“A República Italiana e sua Constituição se fundam sobre os valores da Resistência, da luta contra o fascismo e o nazifascismo. Quem jura como militar declara lealdade à República, e quem expõe uma bandeira do Reich não pode ser digno de fazer parte das Forças Armadas”, declarou Pinotti.
A Arma dos Carabineiros é a força policial militar da Itália e é subordinada ao Ministério da Defesa. A bandeira encontrada no quartel em Florença era o estandarte de guerra do Segundo Reich, o Império Alemão encerrado pela Primeira Guerra Mundial. Mais tarde, passou a ser usada em atos neonazistas e xenófobos na Europa – não é raro encontrá-la nos estádios italianos.
“Provavelmente, não foi cometido nenhum crime militar, mas há um problema disciplinar e um grande problema cultural”, disse à rádio “Rai” o procurador militar Marco De Paolis, que abriu um inquérito para apurar o caso. As leis italianas impedem a exibição de símbolos que evoquem o nazismo, mas a norma vale apenas para civis. Dessa forma, o dono da bandeira pode ser processado pela Justiça comum.
A Itália convive com o crescimento de movimentos neofascistas, como o CasaPound, que, em novembro, conquistou quase 10% dos votos nas eleições para presidente do distrito romano de Ostia.
O objetivo do partido é entrar no Parlamento no pleito legislativo previsto para março de 2018. (ANSA)