A Igreja Católica de Roma e judeus italianos expressaram nesta terça-feira (11) suas rejeições e indignação com o uso de uma bandeira nazista para cobrir o caixão de uma ativista neofascista durante seu funeral em uma igreja na capital italiana.
Em uma foto publicada pelo jornal italiano “La Repubblica”, pessoas aparecem em frente à igreja de Santa Lucia, no bairro de Prati, cercando o caixão coberto com uma bandeira vermelha adornada com uma suástica e gritando slogans pró-nazistas.
Tratava-se do funeral realizado na segunda-feira de Alessia Augello, membro do partido de extrema-direita Forza Nuova.
A formação neofascista está entre os organizadores no ano passado de manifestações violentas no centro de Roma contra a sede de instituições nacionais, bem como do maior sindicato.
Segundo o “La Repubblica”, Alessia Augello, 44 anos, morreu de trombose.
A diocese de Roma, que confirmou que o caixão estava coberto com uma bandeira nazista, condenou o uso daquele “horrível símbolo incompatível com o cristianismo” e disse que os padres da paróquia, incluindo o clérigo que presidiu o rito fúnebre, não tinham ideia do que aconteceria fora da igreja.
Foi um incidente “ofensivo e inaceitável”, disse em um comunicado, qual chamou a bandeira de “um símbolo horrendo que não pode ser conciliado com o cristianismo” e disse que o episódio foi um exemplo ofensivo de “exploração ideológica” de um serviço religioso.
O pároco, Alessandro Zenobbi, expressou sua “profunda tristeza, decepção e consternação pelo ocorrido e se distanciou de cada palavra, gesto e símbolo usado fora da igreja”.
A comunidade judaica de Roma expressou indignação por tais eventos ainda poderem acontecer mais de sete décadas após o fim da Segunda Guerra Mundial e a queda da ditadura fascista italiana.
“É inaceitável que uma bandeira com uma suástica ainda possa ser mostrada em público nos dias de hoje, especialmente em uma cidade que viu a deportação de seus judeus pelos nazistas e seus colaboradores fascistas”, disse o comunicado.
A polícia disse que está investigando o incidente como um possível crime de ódio.
(com dados da Afp)