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Autoridades italianas reforçam segurança em bairros judeus e sinagogas

11 de outubro de 2023 - Por Comunità Italiana
Autoridades italianas reforçam segurança em bairros judeus e sinagogas

As autoridades italianas reforçaram a segurança nas áreas povoadas pela comunidade judaica, especialmente nos históricos “guetos” de Veneza e em Roma, após o ataque deflagrado pelo grupo fundamentalista Hamas contra Israel e a escalada de violência na região. O Ministério do Interior reforçou a presença policial nos bairros judeus e nas zonas “sensíveis” do país, que já contavam com postos de vigilância militar há anos O Gueto de Veneza, o mais antigo da Europa com mais de 500 anos, teve a presença de agentes reforçada desde o último sábado (7), data do início do conflito em Israel, após a Comissão Provincial de Ordem e Segurança Pública ser convocada com urgência.

“Como está a situação? Não tem ninguém, a rua está deserta”, declarou um vendedor. Já o dono de uma das lojas de souvenirs da região ressaltou que “o ar que se respira é o mesmo de sempre, mesmo que veja um aumento nos controles”.

A questão da segurança causou divisão entre os moradores da região: alguns comerciantes notaram um aumento no número de forças policiais presentes no território, enquanto que para outros o efetivo permanece o mesmo de sempre.

“Nada mudou, se houvesse mais soldados a preocupação aumentaria, mas está tudo tranquilo”, relatou Gino, apesar de um helicóptero da polícia estar sobrevoando o local.

Na última segunda, o prefeito de Veneza, Michele de Bari, reforçou que as autoridades estão trabalhando “para tornar o Gueto seguro para todas as pessoas que aí vivem”.

Segundo ele, a polícia “está monitorando a situação dia após dia, com a ajuda da comunidade judaica, para perceber o que é melhor prestar atenção”.

As sinagogas permanecem abertas, mas com seguranças nas portas, assim como o museu. “Trabalhamos sempre com a preocupação de que algo possa acontecer, sabemos que esta é uma área de risco”, afirmou um guia.

Já o prefeito de Roma, Lamberto Giannini, ordenou a “máxima atenção” nos bairros judeus, onde o alerta já era alto em decorrência do ataque contra uma sinagoga registrado em 1982.

O aumento da vigilância também foi decretado em outras partes da Itália, como Milão, Trieste, Florença, Turim, Nápoles e Traini. As duas últimas cidades são as que têm a maior comunidade da região sul do país.

Na terça-feira (10), a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, visitou de surpresa a Sinagoga de Roma, na capital do país, para demonstrar sua solidariedade com a comunidade judaica, em meio ao novo conflito entre Israel e o grupo fundamentalista Hamas.

A visita foi inesperada, tendo em vista que a agenda da premiê previa sua participação nas comemorações do aniversário de 70 anos da gigante italiana de óleo e gás ENI.

Meloni entrou no templo religioso sem dar declaração à imprensa e se reuniu com o rabino chefe Riccardo Di Segni. Logo depois, ao deixar o local, ela afirmou que na guerra deflagrada pelo Hamas contra Israel “há ódio contra uma população inteira”.

Segundo Meloni, “o significado desta visita é claramente trazer solidariedade à comunidade judaica romana e italiana porque nas cenas terríveis vindas de Israel há algo mais do que se vê numa guerra normal, mas já um trágico cenário de guerra. Na caça de casa em casa de civis, na prisão de crianças e jovens, há ódio contra toda a população”.

“Devemos intensificar a proteção dos cidadãos da religião judaica também em nosso território porque o risco de emulação de atos criminosos por parte do Hamas também pode nos atingir. Por isso estou aqui, para dizer que defenderemos estes cidadãos de todas as formas de antissemitismo”, acrescentou.

Para ela, “defender o direito de existir e defender Israel significa defender estes jovens, estas crianças, estas mulheres vítimas dos atos do Hamas”.

O governo italiano também está em alerta pelos vários cidadãos com dupla cidadania que estão atualmente em Israel “e, obviamente pretendemos dar o máximo apoio a cada um dos nossos cidadãos”, informou.

Nos últimos dias, Meloni já havia condenado, “nos termos mais veementes, o terror e a violência contra civis inocentes” e defendeu “o direito de Israel a se defender”. Além disso, reuniu os responsáveis dos serviços de Inteligência e alguns de seus ministros para discutir “à dramática situação em Israel”.

A visita da premiê acontece um dia após a Itália recordar o ataque terrorista perpetrado em 1982 contra a Sinagoga de Roma, no qual uma criança morreu e 40 pessoas ficaram feridas, enquanto a segurança de todos os templos e escolas judaicas tem sido reforçada após a guerra em Israel.

“Hoje, mais do que nunca, depois dos acontecimentos horríveis e bárbaros que estão a ocorrer em Israel, o governo expressa a sua proximidade e solidariedade com o povo de Israel e as comunidades judaicas italianas. O terror nunca prevalecerá”, declarou Meloni na última segunda-feira (9).

O ataque de 1982 ocorreu durante a mesma celebração em que o grupo fundamentalista Hamas atacou os territórios de Israel perto da Faixa de Gaza no sábado passado (7): no Shabat e durante o feriado de Sucot. Na época, no entanto, apenas cinco infiltrados lançaram granadas contra mais de 300 pessoas reunidas no interior da Sinagoga. (com dados da Ansa)

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.

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