Os ministros das Relações Exteriores do países do G20 se comprometeram com o objetivo de zerar a fome no mundo até 2030 e reforçar o multilateralismo na declaração final da reunião realizada nesta terça-feira (29) em Matera, na Itália.
“A redução da pobreza, a segurança alimentar e os sistemas alimentares sustentáveis são fundamentais para por fim à fome, encorajar a coesão social e o desenvolvimento da comunidade, reduzir as desigualdades socioeconômicas seja entre países ou em seu interior”, diz o texto.
Os chanceleres se comprometeram a “respeitar a prioridade da segurança alimentar intensificando os esforços para garantir uma alimentação segura e adequada para todos, por fim a todas as formas de má nutrição, preservar a agrobiodiversidade e confiar na ciência, ter práticas comerciais avançadas e comportamentos responsáveis que integrem os conhecimentos tradicionais, a cultura alimentar local e as melhores práticas ao fim de atingir os objetivos da agenda ONU”, ou seja, a fome zero até 2030.
Outro ponto considerado fundamental pelos ministros é o reforço do multilateralismo e a necessidade da cooperação entre as nações. Inclusive, durante a reunião, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, foi um dos mais entusiasmados na defesa do tema.
A mudança na postura dos Estados Unidos é evidente já que, durante os quatro anos do governo de Donald Trump, o republicano era um ferrenho defensor do unilateralismo e do enfraquecimento das organizações mundiais.
O anfitrião do encontro, o italiano Luigi Di Maio, destacou ainda o consenso entre os membros do bloco sobre as preocupações com o clima.
“Além das diferenças e das distâncias entre alguns países na mesa do G20, todos nós estivemos de acordo que, sobre as mudanças climáticas, precisamos cooperar. E também onde existem diferenças precisamos, com todas as nossas forças, enfrentar juntos o tema da agitação climática e tornar nossas sociedades sustentáveis”, pontuou o ministro.
Além disso, o chanceler italiano informou que o governo nomeará, em breve, um enviado especial para o clima, como acontece nos Estados Unidos e no Reino Unido, porque considera esse “um papel fundamental para a sustentabilidade das nossas sociedades”.
Assim como aconteceu no encontro dos países-membros da coalizão contra o grupo terrorista Estado Islâmico, Di Maio ressaltou a importância das nações mais desenvolvidas ajudarem os governos da África. Por isso, anunciou mais uma reunião do “Encontro com a África” entre os dias 7 e 8 de outubro em Roma.
“A África é um interlocutor fundamental para enfrentar os desafios comuns em uma perspectiva de parcerias paritárias. Acredito que o G20 tem o dever de apoiar a África para sair desse período difícil e para entrar em uma fase de crescimento sustentado e sustentável. Há recursos imensos e é preciso agir para liberar esses enorme potencial”, destacou o italiano. (com dados da Ansa)