O vice-primeiro-ministro é favorável ao princípio do ‘jus scholae’
O ouro olímpico inédito da seleção de vôlei feminino, liderada por Paola Egonu, uma das maiores jogadoras da atualidade reacendeu discussões sobre intolerância e discriminação. Mas antes disso, Egonu sofreu com o racismo ao longo de toda sua jornada profissional e, mesmo tendo nascido na Itália, só foi reconhecida como cidadã aos 16 anos.
Em declaração para o jornal italiano La Repubblica Tajani afirmou que a Itália mudou e precisa disso, referindo-se à concessão de cidadania com base no princípio do “jus scholae”. “Um bom italiano é quem acredita na Itália, a conhece, a defende. Quantos militares filhos de estrangeiros há em nosso Exército? E os atletas? O mundo continua em mudança, e nós precisamos acordar”, acrescentou.
Por outro lado, o tema ainda não está previsto na pauta do governo, além de enfrentar resistência do partido da primeira-ministra, o Irmãos da Itália (FdI), e da legenda nacionalista Liga, do também vice-primeiro-ministro e ministro da Infraestrutura, Matteo Salvini.
Atualmente, as regras de cidadania na Itália são regidas pelo princípio do “jus sanguinis” (“direito de sangue”), ou seja, é cidadão quem tem antepassados italianos, sejam pais, avós, bisavós, etc. No entanto, este reconhecimento é certificado através de um processo que costuma exigir anos de espera. Já os filhos de imigrantes que nasceram na Itália e passaram toda a infância e juventude no país só podem obter a cidadania ao completar 18 anos. Por esta razão, também é defendido o “jus soli” (“direito de solo”), como é no Brasil e nos Estados Unidos, por exemplo, que dita o direito à cidadania a quem nasce em território do país, independentemente da origem dos genitores.
(Com dados da Ansa)